15/01/09 11h49

Setor têxtil cresce 4% em 2008 e prevê nova alta este ano

Gazeta Mercantil - 15/01/2009

Se o governo continuar com as medidas para garantir o emprego no País e conseguir conquistar um PIB positivo em 2009, a indústria têxtil acredita ser possível manter seu crescimento este ano, segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Aguinaldo Diniz Filho. "Apesar de vivermos uma situação difícil, acredito que o nosso setor possa crescer mais e gerar mais empregos neste ano", afirmou Diniz Filho ao apresentar a prévia de resultados do setor na Fashion Rio. Segundo dados da Abit, a indústria têxtil encerrou 2008 com um crescimento de 4% no faturamento, de US$ 41,2 bilhões, em 2007, para US$ 43 bilhões. "Se o governo continuar com as políticas para segurar a economia, podemos alcançar neste ano os níveis de crescimento de 2007, entre 2,5% e 3%", disse o empresário. Para isso, Diniz conta com um PIB evoluindo entre 2% e 2,5% e um dólar estabilizado em torno de R$ 2,30. O dólar mais caro pode ajudar a indústria têxtil brasileira, sexta maior produtora do mundo, a se recuperar no mercado externo - embora as maiores economias estejam sofrendo uma crise mais aguda e os países asiáticos, principais concorrentes, busquem ampliar vendas para o Brasil para escoar a produção. Em 2008, o déficit da balança comercial dobrou, para US$ 2 bilhões. Os principais destinos dos embarques brasileiros foram Argentina , Estados Unidos e México. À frente das importações, China e Índia. Apesar do bom desempenho no ano, a turbulência dos últimos meses balançou o setor. Até novembro, a produção do segmento de vestuário subiu 4% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Para o fechamento de 2008, no entanto, a previsão é de uma ampliação um pouco menor, de 3,6%, afetada por um encolhimento no último mês. A produção no segmento têxtil, que considera apenas a fabricação de tecidos, teve redução de 0,27% até novembro, e, incluindo dezembro, a Abit trabalha com uma previsão de queda de 0,35%. "Em novembro e dezembro já foi sentida uma queda na demanda, e a indústria teve que adequar a produção", disse Diniz. Ele destaca, no entanto, que a redução no final do ano também faz parte de uma sazonalidade comum a esta indústria. O ápice da produção, que chega ao varejo para Natal e verão, é alcançado nos meses de setembro e outubro, enquanto dezembro e janeiro costumam ser meses mais parados nas fábricas.