Setor metalúrgico deve investir R$ 10 bilhões na região
Diário do Grande ABCMontadoras e outras indústrias ligadas ao ramo metalúrgico têm investimentos programados para a região até 2019 que superam R$ 10 bilhões, de acordo com balanço feito pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Segundo o presidente da entidade, Rafael Marques, o montante inclui pelo menos metade dos R$ 10 bilhões da Volkswagen para o período de 2014 a 2018, que vai contemplar a montagem final do sedã Jetta (hoje importado do México) na fábrica Anchieta, em São Bernardo, no primeiro semestre de 2015, e ainda as atualizações do Saveiro e do Gol, e a garantia de plataforma mundial para a produção de novos modelos para além de 2018 nessa unidade fabril.
Outro recurso expressivo que está somado nesse balanço é o aporte de R$ 3 bilhões pela Mercedes-Benz, para concentrar a produção de caminhões e ônibus em São Bernardo, e a modernização das linhas de montagem desses veículos até 2019.
Também está nessa conta os R$ 800 milhões aplicados pela Ford na produção do New Fiesta no município e outros R$ 670 milhões para as operações de caminhões série F, da mesma montadora; em ambos os casos, para o período de 2011 a 2015.
O sindicato incluiu, ainda, mais R$ 300 milhões que estariam previstos pela Scania (R$ 100 milhões por ano) em manutenção e atualização de equipamentos; e R$ 60 milhões que a entidade afirma que a Toyota aportará para trazer para a região a linha de montagem do Prius elétrico.
Em relação a esse último investimento, embora a montadora não confirme, Marques cita que há acordo com a empresa para criar condições para que isso ocorra e que, em novembro, a diretoria mundial do grupo deve bater o martelo sobre a questão. A retomada de produção de carros pela companhia na região significará a geração de 600 empregos nessa fábrica (hoje com 1.500 funcionários) a partir de 2016.
O balanço abrange também aportes feitos por autopeças e indústrias de máquinas, como B.Grob (R$ 12 milhões entre 2013 e 2015 para modernização), Kostal (R$ 50 milhões para troca de máquinas até 2018) e a Termomecanica (R$ 300 milhões, entre 2011 e 2014 em novas plantas fabris em São Bernardo).
AERONAVES - No levantamento do sindicato, estão também computados recursos da companhia sueca Saab para implantação de fábrica de caças no município da região (outros R$ 363 milhões) em parceria com o grupo Inbra, a partir de 2015, que pode gerar 2.000 empregos diretos e propiciar o desenvolvimento de cadeia de fornecedores para esse segmento, segundo o vice-presidente da entidade, Aroaldo Oliveira da Silva. Até dezembro, deve ser anunciado onde será localizada a unidade fabril.
CAMPANHA - Até ontem, 193 empresas do ramo metalúrgico, de segmentos diversos (autopeças, fundição, forjarias e indústrias de máquinas) já tinham acertado acordo salarial com o sindicato para pagar 8% de aumento (inflação para a data-base da categoria, em 1º de setembro, mais 1,56% de ganho real).
Ontem, funcionários da F.Jonhson, de Diadema, cruzaram os braços por cerca de três horas. As mobilizações na categoria prosseguem hoje.