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Setor farmacêutico ultrapassa US$ 1 bilhão em exportações

Gazeta Mercantil - 07/04/2008

O aumento das importações da cadeia farmacêutica brasileira, que ajudou a levar o setor de saúde a um déficit de US$ 6 bilhões também está relacionado ao fato de que algumas multinacionais investiram para transformar linhas de fabricação locais em plataformas de exportação, seguindo o modelo mundial de produção globalizada e a fim de dar melhor aproveitamento às fábricas. A ação, somada ao esforço das nacionais de aumentar seus negócios lá fora, ajudou a elevar as vendas externas. As exportações da cadeia ultrapassaram pela primeira vez em 2007 a barreira do US$ 1 bilhão. "O produto inovador tem produção globalizada e o Brasil compete para conquistá-la. Quando ganha, aumenta a importação de farmoquímicos, mas exporta mais medicamentos. Quando perde tem que importar os remédios", explicou Ciro Mortella, presidente-executivo da Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma), observando que nos números da balança comercial há muita operação de drawback (importação com suspensão de impostos para fabricar produtos que serão exportados). A alemã Bayer Schering Pharma, por exemplo, aumentou de R$ 30 milhões (US$ 17,1 milhão) para R$ 470 milhões (US$ 268,6 milhões) as exportações em 2007 por conta de ter linhas no País dedicadas também ao mercado externo. A dinamarquesa Novo Nordisk é outro exemplo. Desde o ano passado produz insulina de última geração em Minas Gerais principalmente para atender a demanda externa. Outra alemã, a Boehringer Ingelheim do Brasil, também tem plataformas locais de exportação de medicamentos. No total, a cadeia exportou US$ 1,09 bilhão FOB, alta de 20% quando comparado aos US$ 908,12 milhões de 2006. Do valor de 2007, US$ 745,06 foram provenientes das vendas de produtos farmacêuticos, incluindo medicamentos, e US$ 351,6 das exportações de farmoquímicos e adjuvantes farmotécnicos (matéria-prima utilizada na composição de remédios), segundo levantamento baseado nos dados da Associação Brasileira da Indústria de Química Fina (Abiquif) e do Grupo dos Profissionais Executivos do Mercado Farmacêutico (Grupemef).