16/04/10 11h09

Setor do aço prevê aportes de US$ 39,4 bilhões em seis anos

DCI

Confiante no desenvolvimento do consumo per capita de aço no Brasil, a cadeia produtiva deste insumo calcula investimentos próximos aos R$ 71 bilhões (US$ 39,4 bilhões) em projetos voltados à expansão da capacidade instalada no País. A projeção é de que os aportes ocasionem um salto das atuais 42 milhões de toneladas para 77 milhões de toneladas possíveis de serem produzidas aqui, até 2016.

Apesar de ter sofrido pesadas perdas por conta da crise econômica, quando no auge da turbulência as siderúrgicas chegaram a frear pela metade a produção de seus fornos, o setor demonstra sinais de recuperação. Em 2010, a perspectiva é de que o desempenho volte aos patamares de 2008, com a projeção de que sejam processadas mais de 31 milhões de toneladas de aço, crescimento de 25% em relação ao que foi produzido ano passado, quando houve um recuo de mais de 26% no setor. Para se ter uma ideia, no primeiro trimestre deste ano, a produção nacional de aço subiu 59,3%, passando das 7,9 milhões de toneladas, na comparação com o mesmo período de 2009.

"O maior desafio é aumentar o consumo do aço no Brasil, uma evolução que reflete o desenvolvimento econômico do País", comentou André Bier Gerdau Johannpeter, uma das principais figuras do Grupo Gerdau e que assume hoje, a presidência do conselho diretor do Instituto Aço Brasil (IABr). O executivo mostrou que nos países mais desenvolvidos, como por exemplo China, Estados Unidos, Alemanha e Japão, o consumo de aço por habitante ultrapassa os 300 quilos por pessoa, enquanto no Brasil, esse índice está na casa do 100 quilos.

Por aqui, entre os fatores que devem estimular a demanda por aço nos próximos anos, está o aquecimento na área da construção civil, com o andamento do programas como o "Minha Casa, Minha Vida", além das obras de infraestrutura necessárias à realização de eventos como a Copa do Mundo de Futebol em 2014 as Olimpíadas e até a viabilização do pré-sal. "Temos um estudo que aponta que só em decorrência destes fatores, o incremento será de 1,2 milhão de toneladas por ano até 2016 [8 milhões no total]", revelou Flávio Azevedo, que até ontem presidia o IABr, cargo que será assumido hoje por Marco de Mello Lopes, ex -vice-presidente da entidade.