27/08/18 12h29

Setor de serviços impulsiona geração de postos de trabalho em Campinas com 57,7% das vagas de julho, diz Caged

Após saldo negativo em junho, mês teve 744 vagas criadas, sendo 430 no setor de serviços. Acumulado do ano chega a 4.257 ocupações na cidade

G1

O setor de serviços alavancou a geração de postos de trabalho no mês de julho em Campinas (SP). De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), 744 novos postos de emprego foram gerados. O número chama a atenção após a perda de 896 vagas na cidade em junho.
"É uma surpresa, até, que a economia esteja reagindo nesses meses, porque a expectativa de crescimento na área de serviços se dava mais para os meses seguintes, mais próximos ao final do ano, setembro, outubro, onde começa a preparação para as áreas de serviços e comércio", explica o economista e professor da PUC-Campinas Roberto Brito de Carvalho.
Em julho, o setor de serviços foi responsável por 430 novos postos, equivalente a 57,7% do total de vagas geradas. Foram 6.540 contratações contra 6.110 desligamentos na área.
O economista alinha a alta às atividades em andamento por conta das eleições presidenciais, que acontecem em outubro.
"Talvez parte desses empregos esteja relacionada a atividades do pleito eleitoral. Gera uma expectativa de atividade econômica para alguns segmentos e serviços que pode ter influenciado a empregabilidade para um determinado grupo. Gráficas, áreas de eventos, cabos eleitorais", afirma.
Indústria de transformação e comércio, que foram as áreas com maior queda no mês anterior, também responderam por um número considerável de vagas geradas, 220 e 132, respectivamente.
Na construção civil, os números mostram uma melhora no cenário em relação junho - que teve saldo negativo de 130 vagas -, mas, ainda assim, o setor fechou o mês de julho com saldo negativo, 60 postos a menos. Veja, abaixo, o desempenho de geração de vagas nos primeiros sete meses do ano.
Para Carvalho, há um aumento da atividade informal, que diminui a taxa de desocupação, mas não significa uma qualificação do emprego ou que o nível de renda está aumentando.
"Boa parte das oportunidades de trabalho que estão sendo geradas tem sido fruto ou de uma ação de empreendedores individuais e muita gente que está em atividade informal", afirma.
Acumulado no ano
O cenário de julho mostra, no acumulado desde janeiro, um saldo positivo de 4.257 ocupações, que equivale a um aumento de 23% em relação ao acumulado no primeiro semestre.
"O dado de Campinas está muito alinhado ao que acontece na economia brasileira como um todo. Estamos tendo uma pequena recuperação dos empregos. Mas pra quem vinha numa situação de estagnação já é animador", afirma o economista.
ÚLTIMOS ANOS
Apesar do saldo positivo, julho de 2018 teve um desempenho inferior em relação ao mesmo período de 2017, quando foram 1.052 vagas novas naquele mês. A diferença representa uma queda de 29,2%.
Em 2016, o mês teve apenas 2 postos de trabalho gerados na cidade. Já 2015, amargou um saldo negativo de 1.725 vagas.
O economista destaca que, habitualmente, o mês de julho se concentra como um intensificador de serviços em função de férias escolares.
"Isso muitas vezes motiva as geração de emprego em locais que, de alguma forma, têm uma atividade turística relacionada ao inverno.[...] O que marcou o mês de julho de maneira mais diferenciada em relação aos outros foi o grande evento da Copa do Mundo, que de uma certa forma acaba gerando uma empregabilidade maior", diz Carvalho.