08/02/11 11h10

Setor de reposição vende US$ 5,7 bilhões

Valor Econômico

Embalado pelo crescimento da frota nacional de veículos, pela obrigatoriedade da inspeção veicular na capital paulista e crescente conscientização do motorista quanto aos benefícios da manutenção automotiva, o setor de reposição independente de autopeças faturou no país, em 2010, cerca de 10% mais do que o registrado no ano anterior. Juntas, as fabricantes de componentes automotivos que atuam nesse segmento e são associadas ao Sindipeças registraram vendas de R$ 10 bilhões (US$ 5,7 bilhões) - o faturamento total da indústria brasileira de autopeças deve ter alcançado R$ 80 bilhões (US$ 45,5 bilhões) no mesmo período. Na comparação com 2008, ano em que o setor ainda não havia sido tão afetado pela crise econômica, a expansão também é significativa, entre 7% e 8%.

Esse ritmo de crescimento poderá se repetir em 2011, na avaliação do vice-presidente do Sindipeças e conselheiro da entidade para o mercado de reposição, Antônio Carlos Bento. "Devemos registrar uma alta de pelo menos 5%, uma vez que a frota brasileira deve crescer 7% e a inspeção veicular continua em vigor", explica. O peso da inspeção obrigatória na cidade de São Paulo para os negócios da reposição independente deve-se ao tamanho da frota paulistana. Em 2009, dos quase 30 milhões de veículos em circulação no país, 22% estavam nas ruas da capital paulista. "Além da inspeção, programas como o Carro 100% (da entidade) estão criando uma cultura relacionada à manutenção automotiva, o que acaba gerando novos negócios."

Uma pesquisa elaborada pela Gipa, consultoria internacional especializada na área de pós-venda, a pedido do Grupo de Manutenção Automotiva (GMA), que é vinculado ao Sindipeças e coordenado por Bento, mostra que o brasileiro está cada vez mais preocupado com a conservação do automóvel. Em 2009, 80% dos donos de carros com até um ano de uso fizeram algum tipo de manutenção preventiva. Em 2005, esse percentual havia sido de 66%. A maior procura por esses serviços, por outro lado, poderá levar ao surgimento de gargalos na área de reparação. Conforme Bento, há escassez de mão de obra qualificada nas oficinas brasileiras e, se não houver investimentos no curtíssimo prazo, pode haver um "apagão" no segmento.