Setor de reposição deverá dobrar de tamanho até 2040
AutodataO futuro do setor de reposição foi debatido durante o 4º Encontro da Indústria de Autopeças, realizado pelo Sindipeças, em painel que contou com Antônio Fiola, presidente do Sindirepa, Felipe Pava, sócio da McKinsey, que realizou apresentação com estudo realizado pela empresa, Gérson Prado, presidente da SK Mobility da Nexus Automotive, e Éverton Lopes, diretor de tecnologia e responsável pelo tech center para a América do Sul da Mahle Metal Leve. Pava apresentou projeção na qual o setor quase dobrará de tamanho até 2040, saindo de US$ 13 bilhões/ano para US$ 24,9 bilhões/ano:
“Até lá teremos cerca de 11 milhões de veículos elétricos na frota circulante do País, algo em torno de 20% da frota total. Esta mudança trará impactos relevantes no nosso segmento”.
Diante desse grande crescimento esperado um dos pontos debatidos foi a preparação dos reparadores independentes para o futuro, quando terão que trabalhar com veículos com muita tecnologia embarcada, sensores, condução autônoma e uma série de motores diferentes, caso dos veículos a combustão, elétricos e híbridos. Fiola disse que este processo já deveria ter começado há dez anos:
“Mesmo assim o reparador brasileiro tem muita qualidade: não há carro, hoje, que fique parado sem conserto no País. Para o futuro temos capacidade de dominar as novas tecnologias, como já estamos fazendo. Na minha oficina conseguimos solucionar um problema sério de ADAS que nem a concessionária conseguiu”.
Gérson Prado, da SK Mobility e da Nexus Automotive, lembrou os desafios que virão com a digitalização dos negócios, acreditando que será muito difícil um grande fabricante dominar este canal de vendas: “Isto deverá ficar, mesmo, para as empresas de varejo. Acho complicado uma fabricante conseguir dominar e ter um canal exclusivo de vendas, por exemplo”.
Éverton Lopes, diretor de tecnologia e responsável pelo Tech Center para a América do Sul da Mahle Metal Leve, afirmou, sobre os desafios que virão com o grande avanço dos veículos elétricos: “Nós já estamos sentindo estas mudanças, mas é necessário lembrar que no Brasil a mobilidade será eclética, baseada em energia limpa, mas com diversas matrizes energéticas, diferente de outras regiões que terão apenas os veículos elétricos”.