15/02/21 11h19

Setor de materiais de limpeza espera crescimento em Rio Preto

Diário da Região

Responsável por um faturamento anual de pouco mais de R$ 26 bilhões, o setor de produtos de limpeza no Brasil espera crescer 3% em 2021. A estimativa é da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (Abipla). 

O crescimento projetado pelo setor é o mesmo que o Banco Central estima para o Produto Interno Bruno (PIB) do país neste ano. Para Paulo Engler, diretor-executivo da entidade, caso a previsão se concretize, será um ano considerado de bom desempenho, apesar do evidente aumento da demanda por produtos de higienização e sanitização devido à pandemia de coronavírus e do setor nos últimos anos ter registrado crescimento sempre acima do PIB. 

A cautela quanto à expectativa de crescimento é motivada pelo fato de que no ano passado o setor viveu a sensação de andar em uma montanha russa. Entre janeiro e julho de 2020 o crescimento registrado foi de 5,9% comparado ao mesmo período de 2019. O cenário levou a Abipla a projetar fechar o ano com alta próxima de 7%. 

No entanto, nos meses seguintes a retração foi brusca, e o ano, marcado pela volatilidade do mercado, chegou ao fim com volume de produção estável comparado ao ano anterior. "A queda coincide com a diminuição do valor do auxílio emergencial", diz Engler. 

Rio Preto 

Em Rio Preto 2020 não foi diferente para os fabricantes de produtos de limpeza e varejistas do ramo, que trabalham com a perspectiva otimista de obterem crescimento pouco maior que o estimado pela Abipla em 2021, mesmo em um cenário de queda de renda do consumidor com o fim do pagamento do auxílio emergencial, benefício que deve ser retomado pelo Governo Federal, mas com valor reduzido e atendendo um número menor de famílias. 

"Infelizmente ainda teremos grande influência da pandemia. É uma situação que favorece o mercado de limpeza e higienização, recursos disponíveis de combate ao vírus. Por outro lado, a redução do poder econômico da população tende a influenciar negativamente o mercado. Será um ano desafiador, porém estamos otimistas", afirma Alexandre Sanson Filho, 46 anos, diretor da Quimidet, empresa que há 34 anos fabrica produtos de limpeza, higiene e sanitização e que atualmente conta com um portfólio de mais de mil produtos. 

Além da queda de renda do consumidor, Carmen Lucia Takase, 38 anos, da RB Brilhantes, empresa que atua há 11 anos no mercado rio-pretense, destaca outros desafios que terão de ser superados pelo setor para atingir o resultado almejado de crescimento no ano. "A expectativa é, sim, de ter um ano melhor que 2020, porém a falta de matérias primas e de embalagens, aumentos excessivos na fonte, aumento de impostos e a baixa remuneração da população são alguns dos obstáculos a serem vencidos". 

Hábitos 

Pesquisa da SC Johnson aponta que a pandemia de coronavírus mudou os hábitos de higiene de dois em cada três brasileiros. A opção por produtos de limpeza eficientes, práticos e, principalmente, bons preços é outro comportamento do consumidor detectado em diversas pesquisas recentes e que abriu espaço para o crescimento de marcas menos famosas e de lojas especializadas. 

Em Rio Preto, após o início da pandemia, lojas de produtos de limpeza registraram um crescimento de 20% no número de clientes em busca de produtos de limpeza de marcas menos conhecidas. Casos da Ecoville Jardim Ouro Verde, unidade rio-pretense de uma das maiores redes de lojas de produtos de limpeza do Brasil aberta há 3 anos, da UTI Limp, aberta há três anos e meio, e da KitLar, marca com 25 anos de existência. "O consumidor está em busca de produtos que encaixam em seu bolso e com praticidade, mas não abre mão da qualidade", afirma Lucas Jansen, sócio-diretor da empresa. 

"O cliente percebeu que vivemos um momento novo e está mais consciente, buscando situações que atendam essa nova realidade. Buscando lojas especializadas, ele tem informações técnicas e possibilidade de tirar dúvidas sobre aspectos de processos de limpeza e eficiência de produtos e ativos", afirma Alexandre Sanson Filho, diretor da Quimidet. 

fonte: https://www.diariodaregiao.com.br/economia/2021/02/1222632-setor-de-materiais-de-limpeza-espera-crescimento-em-rio-preto.html