25/09/09 11h15

Setor de máquinas apura resultado 18% maior

Valor Econômico

Depois de recuar cerca de 10% em julho, o faturamento da indústria nacional de máquinas e equipamentos voltou a registrar alta em agosto. O segmento apresentou resultado 18% maior na comparação com o mês anterior, totalizando R$ 6 bilhões (US$ 3,3 bilhões). Para este mês, a perspectiva da Abimaq (entidade que reúne os fabricantes) é de uma alta ainda mais consistente, já que o resultado de agosto ainda não refletiu os negócios realizados sob as novas condições de financiamento oferecidas pelo BNDES. "Nossa expectativa é muito otimista para os próximos meses", afirmou ontem Carlos Pastoriza, secretário-geral da Abimaq, durante a divulgação dos resultados na sede da entidade, em São Paulo.

O dirigente destacou ainda que, pela primeira vez desde outubro do ano passado, o nível de emprego do setor apresentou crescimento. Em agosto, o número de empregados chegou a 231,1 mil, o que significa uma ligeira alta de 0,4% na comparação com o mês anterior. Nesse intervalo, no entanto, o segmento demitiu quase 20 mil funcionários em todo o país.

A ansiedade dos fabricantes para os resultados dos próximos meses ocorre por conta dos incentivos dados pelo governo federal, principalmente por meio das novas taxas de juros praticadas pelo BNDES nas linhas do Finame. De acordo com a entidade, o BNDES dispõe de aproximadamente R$ 12 bilhões  (US$ 6,7 bilhões) para financiar máquinas e equipamentos até o fim de dezembro. Depois, a princípio, as taxas retornarão aos patamares anteriores. "A Abimaq está fazendo um esforço enorme para divulgar as condições. Acreditamos que mesmo que o empresário não esteja seguro para investir, pode antecipar sua decisão de compra de olho em uma produtividade maior", explicou Pastoriza.

Até agosto, o faturamento dos fabricantes de bens de capital ficou em R$ 40,4 bilhões (US$ 22,4 bilhões). Em igual período do ano passado este valor era de R$ 49,9 bilhões (US$ 27,3 bilhões). A previsão da Abimaq é de encerrar o ano com uma queda entre 13% e 15%, o que reforça a perspectiva de crescimento das vendas entre setembro e dezembro.

A carteira de pedidos fechou o mês praticamente estável, passando de 19,7 semanas em julho para 19,6 semanas no fim de agosto. Na comparação com o mesmo mês de 2008, o número de semanas para a entrega de um equipamento registrou leve alta, de 1,6%. A utilização da capacidade instalada fechou o mês passado em 81,5%, estável em relação ao mês anterior.