21/09/09 10h05

Setor de consumo sai mais cedo da crise e acelera expansão

Valor Econômico

Com a melhora dos indicadores econômicos e os sinais de que a crise econômica ficou para trás, as empresas ligadas ao setor de consumo estão acelerando os planos de expansão e retomando o interesse por aquisições neste segundo semestre. Ao longo dos primeiros seis meses do ano, ao contrário, a preservação do caixa era preocupação predominante nos discursos dos executivos. Agora, porém, como gastar o dinheiro já voltou a fazer parte da pauta de reuniões.

Segundo Carlos Asciutti, sócio da área de fusões e aquisições da Ernest & Young, a procura por negócios voltou com força neste terceiro trimestre, após uma queda de 40% no número de transações na primeira metade do ano. Em alguns segmentos, entre eles o varejo e a indústria de bens de consumo, a expansão do PIB tem um efeito multiplicador, o que faz com que o interesse seja ainda maior por aquisições. Nesses mercados, as vendas costumam crescer acima da economia de forma geral devido à concessão de crédito e à expansão da renda, explica Asciutti.

Uma pesquisa feita pela Ernest & Young com 40 fabricantes globais de produtos de consumo mostrou que esse setor está saindo mais cedo da crise que outros segmentos. Quase a metade das indústrias de bens de consumo - 46% mais precisamente - já sentiu uma melhora nos negócios ao longo dos últimos 12 meses, de acordo com o levantamento, que foi divulgado na semana passada. Esse percentual cai para 35% quando consideradas as empresas de todos os setores.

Entre as varejistas que já sinalizaram que vão acelerar a expansão estão a Renner e a Lojas Americanas. Segundo Sergio Citeroni, sócio da Ernest & Young no Brasil, as empresas globais de bens de consumo já estão elaborando estratégias pós-crise. E um dos aspectos que chama a atenção é o forte interesse de se expandir em mercados emergentes: 41% das empresas consultadas disseram que têm planos de fazê-lo.