19/02/08 11h22

Setor de bens de capital se recupera em 2007

Folha de S. Paulo - 19/02/2008

Depois de alguns anos sem reagir, o segmento de bens de capital conseguiu, em 2007, apresentar uma expressiva recuperação. O faturamento do setor atingiu R$ 65 bilhões (US$ 37 bilhões) no ano passado, o que representa um crescimento de 13,5% em relação a 2006, segundo números da Abimaq (a associação do setor de máquinas e equipamentos). O consumo aparente (faturamento mais importações menos exportações) do setor em 2007 somou R$ 75 bilhões (US$ 42,6 bilhões), uma expansão de 18,5% em relação ao ano passado. As importações totalizaram US$ 14 bilhões, uma alta de 41%, e as exportações, US$ 10 bilhões, uma expansão de 21%. Segundo o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, desde 1994, o setor de máquinas e equipamentos não apresentava um resultado tão positivo. Em 2006, o segmento registou uma queda de 0,5% no faturamento. O crescimento de agora, segundo Aubert, está fincado basicamente no desempenho de quatro setores: petróleo e gás, açúcar e álcool, papel e celulose, siderurgia e mineração. Para manter o setor aquecido, a Abimaq adotou algumas medidas para ampliar e facilitar o acesso ao crédito principalmente das pequenas e médias empresas. Em primeiro lugar, o cartão de crédito do BNDES vai passar a ser utilizado pelas empresas associadas à Abimaq que faturam até R$ 48 milhões (US$ 27,3 milhões) por ano para aquisição de matéria-prima, principalmente o aço. Até então, o cartão BNDES só podia ser usado para a compra de máquinas e equipamentos. A Abimaq também vai lançar em breve fundos de direito creditório (FDIC), que representam antecipações de receitas futuras, em um total de R$ 200 milhões (US$ 113,6 milhões), voltado principalmente às pequenas e médias empresas do setor. O fundo Abimaq irá cobrar juros que variam de 1,3% a 1,45% ao mês e uma das grandes vantagens é que o banco não irá cobrar nenhuma reciprocidade para a empresa ter acesso aos recursos. Basta ser sócia da Abimaq e apresentar uma nota com o pedido da venda para ter direito a até 60% do valor total a ser faturado. Segundo Aubert, o objetivo dessas medidas é manter o setor aquecido. Hoje, o segmento é o 14º maior do mundo, mas já foi o quarto na década de 80.