08/01/10 11h10

Setor automotivo promete perseguir recordes

DCI

A indústria automotiva brasileira terá um grande desafio nos próximos meses: o de garantir suas metas em cima dos resultados obtidos em 2009. Nesse período, o setor cresceu 11,4% na comercialização de veículos, ultrapassando a casa das 3,1 milhões de unidades, recorde do segmento. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a projeção é que esse número suba para 3,4 milhões de carros em 2010, impulsionado pela maior oferta de crédito, o incremento do consumo e o aumento de renda.

Por outro lado, os fabricantes terão de enfrentar um cenário econômico onde os importados poderão ser favorecidos pelo dólar no patamar de R$ 1,70, enquanto as exportações ainda sofrem os impactos da turbulência econômica. Para se ter um ideia, as importações avançaram 30,3% até dezembro passado, na comparação com o ano anterior e as exportações dos autoveículos montados recuaram cerca de 35% no mesmo período.

Para Jackson Schneider, presidente da Anfavea, as perspectivas são positivas e as empresas estão preparadas para enfrentar a disputa pelo mercado brasileiro. "Nos últimos meses foram anunciados grandes investimentos no setor", disse ao ressaltar que os aportes serão aplicados no aumento da capacidade produtiva, na renovação dos produtos e desenvolvimento da engenharia, reforçando a competitividade dos carros nacionais.

Schneider crê que as condições econômicas continuarão favoráveis à venda de carros em 2010, seguindo a tendência do que foi o "melhor ano da história" nesta indústria. "Vemos um cenário de aumento na massa salarial e boas condições de crédito que favorecem o consumo", colocou. O executivo disse que o setor trabalha com a perspectiva de que a isenção do IPI para os carros flex (bicombustíveis) termine em março e afirmou que não existem conversas com o governo para estender o benefício.