18/10/11 16h23

Senai pede apoio da Embrapii para investir R$ 1,5 bi em laboratórios

Brasil Econômico

Recém-criada pelo governo, a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) será acionada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) para ajudar na instalação de 34 novos laboratórios do Senai (Sistema Nacional de Aprendizado da Indústria) até 2014. A ideia da operação, que custará R$ 1,5 bilhão, é que parte das instalações seja voltada exclusivamente para a inovação e entre na estrutura do novo órgão. Atualmente, a maioria dos 89 laboratórios do sistema é voltada para certificação e metragem. O tema foi debatido ontem na sede da CNI em São Paulo, onde ocorreu uma reunião do Comitê de Líderes empresariais pela Inovação. No encontro, representantes do governo e da indústria fecharam um cronograma de encaminhamento para o projeto piloto da Embrapii e discutiram o projeto de lei que cria o Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.  

“Onosso objetivo é que as empresas tenham mecanismos de busca de recursos para inovação. Hoje, no Brasil, o governo financia a parte final do desenvolvimento. Já nos Estados Unidos, por exemplo, o investimento maior ocorre no momento précompetitivo, que é mais custoso”, disse Robson Andrade, presidente da CNI. Ele disse que aEmbrapii quer mudar essa lógica. Se Steve Jobs fosse brasileiro, por exemplo, ele dificilmente teria ajuda do governo para financiar os estudos prévios de um produto como o MP3 antes dele sair da prancheta. Ao contrário do Brasil, os Estados Unidos financiam parte do risco, mesmo sem saber se o produto será bem aceito pelo mercado.  

Modelo
O Ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, se inspirou em duas referências para criar a Embrapii. A primeira foi a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que é umdos pilares do desenvolvimento da inovação e da produtividade na agricultura. A outra foi a prestigiada Fundação Fraunhofer, da Alemanha. Ela conta com 58 institutos, sendo que cada umé focado em uma área específica. A Fundação emprega 12.500 pessoas, entre cientistas, engenheiros, pesquisadores, e tem um orçamento anual de cerca de €1,8 bilhão.  

Os institutos que entrarem na rede da Embrapii receberão recursos por meio deumcontrato de gestão e serão constantemente avaliados. A verba será liberada a partir das demandas. Os governos federal e estaduais participam com um terço do financiamento e os outros dois terços são adquiridos por meio de contratos de trabalho.

Em audiência na Câmara dos Deputados na semana passada, o secretário de Desenvolvimento Tecnológico do MCT, Ronaldo Mota, lembrou que a produção científica brasileira representa, hoje, 1% da produção mundial, mas por outro lado quase não existe transferência de tecnologia e registro de patentes em relação aos países desenvolvidos. Ele ressaltou, ainda, que a atual estrutura existente no país não permitiria atender o ritmo de demanda.