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Sem outdoor na rua, a maior cidade do país cria novos negócios

Valor Econômico - 05/11/2007

Às vésperas de completar um ano de vigência, a Lei 14.223, mais conhecida como Lei da Cidade Limpa, mudou a cara da publicidade na maior cidade do país. Os anúncios saíram das ruas de São Paulo e migraram para espaços fechados, como shoppings e aeroportos, e para rodovias que circundam a capital. Nesse novo cenário, algumas empresas especializadas em outdoors fecharam as portas, outras foram trabalhar em outros Estados e há ainda empresários para quem São Paulo é, de fato, a terra de grandes oportunidades. "A mídia 'indoor' (interna) foi o setor que mais ganhou com a Lei Cidade Limpa", diz Marcos Quintela, vice-presidente de atendimento e operações da agência de publicidade Y&R. Como o espaço disponível para propaganda em aeroportos, shoppings e aeroportos é limitado, escadas rolantes e até rampas de acesso para deficientes físicos são usados como espaço para publicidade. A propaganda nas estradas que circundam a capital paulista é uma das principais apostas de Quintela, da Y&R. Dona de contas como Casas Bahia e Perdigão, entre outras, a agência está colocando a marca de seus clientes nas rodovias - "principalmente em estradas como a Castelo Branco, que liga a capital a cidades próximas e importantes como Barueri, Jandira, Aldeia da Serra. As estradas são freqüentadas por consumidores de alto padrão que deixam a capital nos fins de semana rumo a casas de campo." Outra opção, diz ele, é a exploração cada vez maior de espaço públicos em parceria com a própria Prefeitura. "Aquelas ilhas no meio da rua, praças e jardins, com placas de que tal empresa conserva aquela área, são espaços cada vez mais disputados e a tendência é que aumente a procura e a diversificação". Segundo Quintela, o marketing de responsabilidade sócio-ambiental tende a crescer com a recuperação de pontes e construção de rampas em calçadas para deficientes físicos. Enquanto agências e anunciantes buscam alternativas à falta de outdoors em São Paulo, empresas que atuavam no setor buscam outros caminhos para sobreviver enquanto outras deixaram de existir.