01/02/10 10h30

Sem dívidas, Grupo Melhoramentos investirá US$ 32 milhões neste ano

Valor Econômico

Depois de 15 anos convivendo com um endividamento que chegou a R$ 280 milhões (US$ 149 milhões), o Grupo Melhoramentos sanou suas dívidas com a venda da divisão de papel há seis meses para a chilena CMPC e entra o ano de 2010 com caixa líquido de cerca de R$ 60 milhões (US$ 32 milhões). Esses recursos serão investidos na área de reflorestamento e na editora Melhoramentos. O grupo possui ainda negócios imobiliários, que não receberão grandes aportes neste ano. "O valor do investimento em cada uma das áreas ainda não está definido. Mas, com certeza, será maior do que nos anos anteriores porque hoje estamos com caixa líquido", disse Sérgio Sesiki, diretor de relações com investidores da Melhoramentos.

Na divisão de reflorestamento, a meta do grupo é aumentar em 50% a produção de celulose da fábrica de Camanducaia (MG). Na Editora Melhoramentos, o clima é de otimismo. Além de receber um investimento maior neste ano, a editora, com forte atuação em literatura infanto-juvenil, encerrou o ano passado com um crescimento de 22% na receita, contra uma média de 8% nos anos anteriores. "Como boa parte do mercado, entramos 2009 com medo da crise e corremos mais atrás de novos projetos", disse Breno Lerner, diretor-geral da Editora Melhoramentos. "Como resultado, tivemos grande crescimento em contratos institucionais com governo e empresas. Também reforçamos o nosso canal de venda direta. Essas duas áreas foram responsáveis por 35% da nossa receita. Antes, esse percentual era de 10%", afirmou.

A editora, que tem contrato de exclusividade com Ziraldo e trabalha com outros escritores de renome como Pedro Bandeira, fechou 2009 com uma receita líquida operacional de R$ 50 milhões (US$ 25,4 milhões). A área infanto-juvenil representa 50% desse montante, 40% vêm da venda dos dicionários Michaelis e o restante da comercialização de livros de receitas como Ofélia, entre outros.

Os departamentos editorial e de marketing da editora Melhoramentos receberão neste ano investimento de R$ 3 milhões (US$ 1,6 milhão), contra os R$ 2,2 milhões (US$ 1,12 milhão) de 2009. "O investimento total ainda não está definido. Estamos analisando os aportes necessários para novas tecnologias no segmento editorial que demandam grandes quantias", disse Lerner, lembrando que o software do Michaellis foi um dos mais vendidos na loja da Apple.

Para esse ano, o diretor geral da editora afirmou que prefere ser conservador e planeja repetir a receita de R$ 50 milhões (US$ 26,6 milhões). "Apesar das perspectivas de maior consumo neste ano nas livrarias, também temos Copa do Mundo, que nos faz perder vendas. Além disso, o crescimento de 2009 foi motivado também por contratos com governo, que podem não se repetir", explicou Lerner.