18/03/08 11h02

Selo internacional vai identificar produto saudável

Valor Econômico - 18/03/2008

A indústria alimentícia está disposta a dizer ao consumidor o que é ou não é saudável, dentro do seu próprio portfólio. Será lançado oficialmente hoje no Brasil o programa Minha Escolha, organizado pela Choices International Foudation, entidade sem fins lucrativos com sede em Bruxelas, na Bélgica, que reúne cerca de 90 empresas em todo o mundo, entre fabricantes alimentícias e varejistas. A proposta da Choices é identificar com o selo "Minha Escolha", na parte frontal da embalagem, os produtos que estão dentro do limite adequado de sal, açúcar, gorduras saturadas e gorduras trans. Até agora, mais de 2 mil itens, em aproximadamente 50 países, têm o selo. No Brasil, várias empresas foram convidadas a participar, mas por enquanto apenas quatro aderiram: Unilever, Perdigão, Batavo e Nutrimental. A iniciativa de criar a fundação foi tomada há dois anos, por três multinacionais holandesas - Unilever, Friesland Foods e Campina -, como resposta ao documento elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2003, que pedia às empresas do setor atenção às taxas de gordura trans, gordura saturada, sódio, açúcar total e açúcares adicionados nos alimentos industrializados, cujo excesso vem comprometendo a saúde pública em todo o mundo. No Brasil, a Choices ainda procura um órgão certificador. As fabricantes não falam por enquanto de aumento das vendas a partir do selo mas, considerando uma pesquisa realizada pelo Ipsos no Brasil, a pedido da Choices, é fácil concluir que é essa a expectativa. De acordo com o levantamento, que ouviu 1.204 pessoas em todo o país, 49% dos consumidores têm dificuldade de identificar alimentos saudáveis na hora da compra, já que apenas 15% afirmam ter conhecimentos sobre saúde e nutrição. Três quartos dos entrevistados (75%) afirmam que gostariam de um mecanismo que os ajudasse a identificar a melhor opção diante das prateleiras. A maioria deles (85%) está preocupada com a má qualidade da alimentação. Não por acaso, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 40,6% da população tem excesso de peso.