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Segmento lidera créditos do BNDES

O Estado de S.Paulo - 24/05/2007

Cerca um terço das operações de financiamento já aprovadas ou contratadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o setor farmacêutico foi para os principais laboratórios nacionais que atuam no setor de genéricos. Segundo as estimativas do gerente do Departamento de Intermediários Químicos e Farmacêuticos do banco, Pedro Palmeira, o setor pode vir a representar 40% do mercado total de medicamentos dentro de cinco a sete anos - hoje representa pouco mais de 10%. Dos R$ 729 milhões (US$ 358,42 milhões) envolvidos nessas duas etapas de tramitação interna para o setor farmacêutico, perto de R$ 200 milhões (US$ 98,3 milhões) são para projetos dos laboratórios EMS, Eurofarma e Aché. Esses recursos não são voltados apenas para as linhas de genéricos dos laboratórios, que também atuam com outros tipos de remédios, os chamados medicamentos de marca. O banco também mantém entendimentos com o laboratório Medley para possível financiamento. Ao todo, a carteira do BNDES no setor farmacêutico, chamada Profarma, alcança a casa do bilhão de reais. São, precisamente, R$ 928,970 milhões (US$ 456,74 milhões) em pedidos de financiamentos, distribuídos nas várias etapas de análise interna (carta-consulta, enquadramento, análise, aprovação e contratação), num total de 48 operações. Dessas, 37 foram contratadas ou já estão aprovadas. Os investimentos referentes a esses financiamentos somam R$ 1,932 bilhão (US$ 949,9 milhões). Palmeira explica que a produção de genéricos tem um papel importante para os laboratórios nacionais. Com o sucesso do segmento e o avanço na participação nas vendas, os genéricos funcionam como uma espécie de 'fazedores de caixa' para as empresas nacionais. Ou seja, com essa linha, as companhias do País, que têm menos recursos para apostar em bilionários projetos de pesquisa como os laboratórios multinacionais, ganham musculatura financeira para crescer. Em última análise, esses ganhos ajudam a dar escala e a encorpar as finanças, para elas partirem, numa segunda etapa, também para investimentos em desenvolvimento e inovação. Dados da Pró-Genéricos mostram que o segmento vem crescendo 23% ao ano no País em unidades e 22% em valores. Assim, o peso dos genéricos no faturamento do setor saltou de 2,6% para 10,7% entre 2001 para 2006. Em volumes, essa parcela saiu de 3,1% para 13,5% no mesmo período. O segmento de genéricos é dominado por empresas de capital nacional, que respondem por 80% do total de receitas da atividade.