15/06/18 14h06

Sebrae selecionará 10 startups da Baixada Santista

Programa inclui análise do projeto, consultoria e encontro com investidores

A Tribuna

A unidade do Sebrae da Baixada Santista é uma das seis do Estado contempladas pelo programa Startup SP, criado pela entidade para selecionar projetos que serão monitorados durante quatro meses. Os escolhidos terão assessoria para desenvolver suas ideias e apresentá-las a investidores.

As inscrições já estão abertas no site do programa (acesse encurtador.com.br/egqtK) e vão até o próximo dia 1o.. Além da Baixada, os candidatos serão avaliados também na Capital, Ribeirão Preto, Mogi das Cruzes, São José dos Campos e Bauru.

A consultora de negócios da unidade do Sebrae de Santos Patrícia Valle afirma que a unidade já recebeu 25 inscrições, mas acredita que os participantes chegarão a 50. Entre eles estão mestrandos que acham que seus estudos têm viabilidade empresarial, projetos em desenvolvimento e até startups em elaboração.

De acordo com ela, em uma etapa intermediária serão selecionados 20 projetos. Esses candidatos se apresentarão a mentores, em um processo parecido ao de um pitch, que indicará os dez finalistas da região.

No caso do Startup SP, quem participar será acompanhado durante quatro meses pelo Sebrae, preparando-se para o pitch de verdade, com investidores, na etapa final.

O pitch é o momento mais aguardado para quem cria uma startup. Nesses encontros, investidores avaliam se colocarão seus recursos no negócio ainda em desenvolvimento. A grande maioria dos gigantes da tecnologia já passou por esse momento decisivo.

O foco do programa, afirma Patrícia, é identificar negócios centrados em software ou serviço de tecnologia com potencial inovador. Porém, também precisam conter o principal objetivo de uma startup – ser um negócio com possibilidade de rápido crescimento.

Para participar, o candidato precisa estar na fase de validação, jargão das startups para o período em que se avalia se o produto pode ser transformado em negócio. Quem já está avançado e tem protótipo não pode participar.

“Já se pode ter pensado em uma ideia, que ainda não foi validada”, afirma ela. “É quando o paciente tem dor e se ele pretende pagar para tratá-la”, diz ela sobre a validação.

Na prática, o Sebrae vai adotar essas startups. Todas as semanas, os selecionados irão à unidade da entidade em Santos. Entre novembro e dezembro, participarão de encontros em São Paulo.

Nessa fase, conhecerão aceleradoras, que são as incubadoras de startups. Essa fase é chamada de Boot Camp, que na prática é uma imersão.

Depois do Boot Camp, será a vez do Demo Day, quando há os tão aguardados pitchs com poucos minutos para seduzir investidores.

O gerente regional do Se brae, Marco Aurélio Rosas, afirma que o empreendedor que pretende abrir algo convencional, como um bar, deve primeiro elaborar um plano de negócios. Se for uma startup, ele vai fazer a ideação.

O plano de negócios, explica Rosas, é a estruturação da ideia no papel, quando será possível descobrir se o empreendimento é viável comercialmente.

Na ideação, como a expressão deixa claro, o empreendedor vai desenvolver sua ideia. Nesse momento, o negócio será bem enxuto e de baixo custo, pensando em um produto e como poderá adequá-lo ao mercado. Depois irá testá-lo com clientes, quando realiza o Mínimo Produto Viável (MPV), já na validação.

Tudo isso acontece de uma forma muito rápida e a meta é atrair investidores. Estes vão querer que o negócio avance mais rapidamente, valorizando sua participação na startup.

Esses negócios, além do rápido crescimento, são tecnológi-cos e inovadores, altamente escaláveis (atinge numero elevado de clientes).

Por exemplo, o Airbnb não é apenas um app que deu certo por oferecer hospedagem mais barata que um hotel. Ele une pessoas com imóveis ociosos que podem gerar dinheiro ao conectá-los a turistas geralmente de baixo orçamento.

O app, que é a parte tecnológica, realiza pagamentos e administra check-ins e check-out (chegada e saída) para gente que antes não se conhecia. É escalável por ser viável em qualquer canto do mundo. Já há Airbnb em Port Moresby, na Papua Nova Guiné.

O grande sonho de quem abre uma startup, além de viabilizar a ideia, é atrair um investidor para seu negócio. Esses apoiadores são empresários e executivos bem-sucedidos e com experiência em gestão dispostos a injetar recursos próprios em troca de participações na startup. Também podem atuar como mentores.