17/06/08 15h00

Schneider investirá US$ 15,3 milhões em distribuição no Brasil

Valor Econômico - 17/06/2008

Christian Wiest, vice-presidente mundial de Operações Internacionais da francesa Schneider Electric, tem olhado cada vez mais de perto os números da filial brasileira. Responsável pelos negócios da fabricante de equipamentos elétricos no Oriente Médio, América do Sul e Leste Europeu, Wiest aposta que em meia década a diferença que separa a líder em faturamento na sua região, a Rússia, do segundo colocado, o Brasil, vai simplesmente desaparecer do mapa. Segundo dados de 2007, a multinacional francesa faturou perto de 600 milhões de euros na Rússia, contra 210 milhões de euros registrados por aqui. À primeira vista, portanto, a distância parece quase intransponível, mas o executivo pensa diferente. E aposta no potencial dos setores de minério de ferro, petróleo e no crescimento da economia no país para colocá-las lado a lado. A julgar pelos últimos movimentos da Schneider Electric no Brasil, as declarações de Wiest não são só discurso. Depois de ter aplicado R$ 20 milhões (US$ 10,4 milhões) em 2007, o executivo deu sinal verde para um novo investimento no país, de R$ 25 milhões (US$ 15,3 milhões). Além das tradicionais modernizações industriais, os recursos serão usados para erguer um segundo centro de distribuição em São Paulo (SP), que deverá estar pronto em outubro. A empresa já tem um no país, que também está instalado em São Paulo. Além dos centros de distribuição, a multinacional possui quatro fábricas no Brasil. Uma delas fica em Curitiba (PR), outra em Sumaré (SP), mais uma em São Paulo (SP) e uma em Guararema (SP), que inclusive serve de plataforma de exportação. Mas o apetite da Schneider no país deverá ir além dos R$ 25 milhões (US$ 15,3 milhões). Mesmo sem revelar nomes, Christian Wiest conta que há uma negociação em curso para adquirir uma empresa no Brasil. É voz corrente na multinacional francesa que o boom verde-amarelo só está no início. E basta pegar os próprios números da Schneider no país para entender o otimismo do grupo. A previsão de receita para este ano é de R$ 720 milhões (US$ 441,7 milhões), o que significa um crescimento de 20% sobre o montante registrado em 2007. Mas as projeções positivas não se restringem às vendas no mercado interno. A situação favorável engloba também as exportações a partir do Brasil. Mesmo com um câmbio adverso, a Schneider projeta uma receita de US$ 44 milhões para este ano, pouco maior que os US$ 39 milhões registrados no ano passado. Em 2006, as vendas para o exterior foram de US$ 26 milhões.