20/06/12 15h06

Schneider Electric aposta em redes inteligentes

Valor Econômico

A multinacional de origem alemã especializada em gestão do uso de energia Schneider Electric espera desenvolver o mercado de "smart grid", ou redes elétricas inteligentes, no Brasil nos próximos anos. A estratégia da companhia é fornecer um conjunto de tecnologias inteligentes, como sistemas de automação e equipamentos de geração distribuída, para que empresas brasileiras melhorem o seu consumo de energia, reduzindo o custo com o insumo e o impacto no meio ambiente.

"A energia no Brasil é uma das mais caras do mundo. Se você salva energia, você economiza energia e se torna mais eficiente e produtivo. O Brasil precisa economizar energia para ser mais competitivo no cenário mundial", explicou o principal executivo mundial da Schneider Electric, Jean Pascal Tricoire, que está no Brasil para participar de reuniões da Rio+20, conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável.

Dentro da estratégia de ampliar os negócios no Brasil, a Schneider Electric anunciou, na última semana, a intenção de comprar a CP Eletrônica, empresa gaúcha de sistemas eletrônicos de energia para data centers, hospitais e indústrias em geral. Ainda não há uma previsão para a conclusão do negócio.

Em outubro, a Schneider inaugurou um centro de distribuição em Cajamar (na Grande São Paulo). A unidade fornece todos os equipamentos produzidos pela empresa no país, desde interruptores até transformadores para distribuição e soluções para automação industrial.

"O Brasil é um importante mercado para nós. Está entre os dez maiores mercados da companhia. Continuamos mantendo nossos investimentos no Brasil", afirmou Tricoire, ressaltando que a empresa atua em mais de 100 países. A Schneider possui nove fábricas em seis Estados brasileiros e um contingente de 5 mil profissionais.
O grupo no qual o Brasil está inserido nos negócios da Schneider Electric (basicamente América Latina, Oriente Médio e Leste Europeu) registrou crescimento de 5% no volume de negócios no primeiro trimestre de 2012, em relação a igual período do ano passado, totalizando € 919 milhões. O faturamento global da companhia de janeiro a março de 2012 foi de € 5,411 bilhões. No ano passado, as vendas globais da empresa totalizaram € 22,4 bilhões.
Segundo Tricoire, a legislação brasileira melhorou nos últimos anos. "A regulamentação local é boa e está ficando cada vez melhor. O sistema tributário do Brasil é complexo, mas ao longo dos últimos anos ele está sendo simplificado, o que é muito bom para o desenvolvimento do país", disse o dirigente do grupo.
O executivo acredita que o momento de crise econômica mundial, em que há escassez de recursos financeiros, é muito favorável para os negócios de eficiência energética. "Ao gastar menos energia, é possível investir em outros pontos importantes. No caso de uma cidade, pode-se economizar em energia para investir mais em hospitais e escolas. Cada vez mais os políticos precisam planejar cidades que sejam eficientes e tenham um bom uso de recursos. No caso de empresas, pode-se investir em outras áreas do negócio, como expansão."