08/01/07 17h24

Sapato caro, a saída para a exportação

O Estado de S. Paulo - 08/01/2007

O sapato mais caro e, de preferência, com a marca do fabricante foi a arma de várias indústrias brasileiras de calçados para enfrentar a concorrência chinesa no exterior no ano passado. Em 2006, as exportações brasileiras de calçados alcançaram US$ 1,86 bilhão e praticamente empataram com os resultados de 2005. O Brasil, terceiro maior produtor, tem uma produção em torno de 750 milhões. As vantagens brasileiras são a matéria-prima abundante, mão-de-obra qualificada e flexibilidade para produzir quantidades menores e fazer entregas constantes, o que para a China é mais difícil. O diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, considera difícil que a competitividade do setor seja recuperada com uma grande alteração cambial. Há quatro anos as empresas começaram a investir em produtos de maior qualidade para a exportação e as empresas nacionais passaram a participar de feiras e congressos mundiais. Segundo Klein, menos de 15 empresas na época participavam desses eventos. Hoje são mais de 60. Os exportadores de calçados de valor mais elevado, com a marca brasileira, já representam de 35% a 40% do total vendido no exterior. No mercado doméstico, as vendas, que representam quase 80% da produção, cresceram 5% ante 2005. Do total produzido, cerca de 540 milhões de pares abastecem o mercado interno. A China também briga nas vendas domésticas, inclusive com contrabando, mas o problema vem diminuindo.