28/09/10 13h59

SAP planeja expandir serviços no Brasil e exportar inovação

Valor Econômico – 28/09/10

A empresa alemã de software de gestão empresarial SAP quer expandir sua presença no Brasil fora do eixo Rio-São Paulo e acredita que o país poderá ser uma plataforma de inovação no setor de tecnologia da informação (TI). A afirmação é do presidente global para mercados emergentes da companhia, Jimmy Anidjar, que, em visita ao Brasil, disse ter estratégias claras para fortalecer a atuação da SAP no país nos próximos anos. "O plano é de, nos próximos 18 a 24 meses, termos maior presença fora das principais cidades onde já temos forte operação", afirmou o executivo. Na opinião de Anidjar, esse é um bom momento para a empresa capturar as oportunidades de negócios em cidades menores, para onde alguns de seus clientes estão se movendo e novas empresas criam demanda. As regiões foco da companhia serão Sul, Norte e o Distrito Federal.

Novas contratações também são planejadas. Segundo o executivo, a empresa contratou cerca de 170 profissionais nos últimos 12 meses e pretende continuar recrutando. A SAP quer aproveitar o fortalecimento das companhias brasileiras, que passam a buscar sistemas modernos. Os movimentos de oferta pública inicial de ações (IPOs, na sigla em inglês), por exemplo, elevam a procura pelos serviços e produtos de tecnologia da informação, já que para abrir capital, as empresas precisam demonstrar governança sólida. Outro fator que torna positivas as perspectivas para a SAP no país é a grande quantidade de investimentos em infraestrutura previstos para os próximos anos.

A SAP, com cerca de mil funcionários, atua em 26 setores no país, com destaque para os de infraestrutura, óleo e gás, mineração e varejo. Os negócios brasileiros da companhia crescem a uma taxa de "dois dígitos altos" e é o maior mercado dentro da América Latina. Outro movimento da SAP no mercado brasileiro é o aumento da quantidade de laboratórios para gerar inovações e exportá-las para as demais subsidiárias. A ideia faz parte de uma estratégia mais ampla de aproveitar o apetite das corporações dos mercados emergentes por aplicativos e processos de negócios, o que revela uma mudança no modelo de atuação das empresas de TI que, no passado, entravam nesses países devido ao baixo custo da mão-de-obra, enquanto as inovações vinham apenas da Europa ou dos EUA.

O crescimento da SAP no Brasil deve se dar com sua própria produção, segundo o executivo. "Mas não descartamos aquisições. O ponto é que nos focamos em fazer aquisições que influenciem nossos negócios em todo mundo, não apenas regionalmente", destacou. Quando questionado sobre uma parceria com a Totvs, Anidjar disse que a companhia brasileira não segue a mesma estratégia que a alemã. No início do ano, a SAP comprou a Sybase por US$ 5,8 bilhões, para ganhar força no segmento de dispositivos móveis. Nos seis primeiros meses de 2010, a alemã acumulou lucro líquido de € 878 milhões, o que representou um avanço de 40% frente ao mesmo período do ano passado. No acumulado de 2009, por outro lado, o lucro da companhia recuou 4%, para € 1,789 bilhão.