São Sebastião vai construir e operar dois novos berços

A Companhia Docas de São Sebastião vai construir e operar dois berços de atracação para granéis líquidos no porto do litoral norte de São Paulo. A autoridade portuária desistiu do projeto de arrendar um terminal para granéis líquidos para a iniciativa privada após concluir que era mais viável economicamente ela própria operar a estrutura. "Já temos o maior cliente, que é a Transpetro. Não valeria a pena ter um intermediário, o arrendatário", disse o presidente da companhia, Casemiro Tércio Carvalho. A estimativa é que a construção exija R$ 270 milhões.

Futuramente, o porto pretende construir e operar outros dois berços para empresas menores que também movimentam líquidos, totalizando quatro estruturas.

Carvalho protocolou ontem na Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) a minuta do contrato com a Transpetro, comprovando a demanda para garantir o investimento nos dois berços. Após a aprovação do projeto, disse Carvalho, confiante, o porto irá atrás de financiamento do BNDES.

A estimativa é que, assinado o contrato e fechado o financiamento, a licitação seja lançada no primeiro trimestre de 2015. O licenciamento ambiental do porto está suspenso por uma liminar da Justiça, mas o executivo acredita num desfecho positivo até dezembro, possibilitando o início das obras no primeiro trimestre de 2015.

O berço externo poderá receber petroleiros do tipo Suezmax (120 mil a 170 mil toneladas de porte bruto) e Very Large Crude Carriers (200 mil a 300 mil toneladas de porte bruto). O berço interno terá capacidade para atender Suezmax e Panamax (65 mil a 80 mil toneladas de porte bruto). A ligação dos berços com o terminal da Transpetro ficará a cargo da empresa.

"Esse projeto é 30% internalização de carga e 70% transbordo, isso é para garantir a segurança do abastecimento de petróleo. Existe uma demanda desse tipo de serviço que não tem sido atendida", afirmou Carvalho.