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São Sebastião entra na disputa por carga

Valor Econômico - 09/11/2007

O Estado de São Paulo deu a partida para inserir o porto de São Sebastião como elo de uma cadeia logística que atenda à sua região Norte e parte de vizinhos, como Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Para isso, criou a Companhia Docas de São Sebastião, uma sociedade de propósito específico, em cumprimento a um convênio de delegação pactuado com o Governo Federal. A nova docas, que sai da esfera administrativa da Dersa, empresa estadual que cuida de rodovias e travessias marítimas, quer transformar o porto, hoje com ociosidade de 50% e perda mensal mínima de R$ 300 mil, (US$ 170 mil) em um ente que sirva às economias regionais e locais e obtenha equilíbrio financeiro. A criação da nova empresa equivale ao nascimento de um novo porto no Estado, com a proposta de "credibilidade, negócios e descomplicação para operar", no resumo do seu primeiro presidente, Frederico Bussinger, que deixa a Secretaria de Transportes da capital. A meta para os próximos 12 meses é dobrar o movimento histórico em torno de 500 mil toneladas anuais, em princípio apenas com "um banho de loja" no porto, que opera praticamente em um berço de 150 metros, com investimentos de R$ 6 milhões (US$ 3,5 milhões).  A médio e longo prazos há projetos para, pelo menos, mais quatro locais de atracação, com avanço de 380 metros, por ponte, para o canal de São Sebastião (separa o continente e a ilha do mesmo nome, sede do município de Ilha Bela), com investimentos estimados em R$ 100 milhões (US$ 57,7 milhões). Os focos serão pátios para veículos e contêineres. A profundidade no local será de 16 metros devido às condições privilegiadas da natureza, pois o canal é desassoreado pela corrente marítima, o que credenciará o porto a operar navios de grande porte. Largura de 550 metros e lâmina de água que chega a 25 metros justificam a existência, ao lado, do maior terminal marítimo da Petrobras, o Tebar, de uso privativo.