13/09/16 14h28

São Roque: cidade busca de reconhecimento

Correio Popular

O município de São Roque (cerca de 100 km de Campinas) recebe entre domingo e a próxima terça-feira (13) a 14a edição da versão brasileira do Concurso Mundial de Bruxelas, importante evento de vinhos e destilados do mundo.

A cidade foi escolhida por viver um momento de revitalização de sua indústria vinícola. Empresas que antes se dedicavam à produção de vinhos de mesa, obtidos de uvas americanas, passaram a concentrar investimentos em projetos de vinhos de uvas finas, como Merlot, Cabernet Sauvignon e Tannat. Com isso, espera ganhar um lugar na lista dos polos de produção de bons vinhos no País.

Outras edições do encontro já foram realizadas em lugares como Bento Gonçalves (RS), Garibaldi (RS), Flores da Cunha (RS) e Petrolina (PE).

Ao todo, 168 vinhos, de todas as regiões produtoras do País, e 258 destilados, a maioria cachaças, estão inscritos para serem avaliados por uma comissão de 15 jurados (de seis nacionalidades – Bélgica, Alemanha, Chile, Argentina, Uruguai e Brasil).

O concurso original, que existe há mais de 20 anos, é um dos cinco mais respeitados do mundo e costuma reunir, em Bruxelas (Bélgica), 8 mil rótulos, avaliados por 300 jurados.

O encontro em São Roque é fechado ao público. Reúne produtores interessados em acompanhar as análises, feitas às cegas (sem que o jurado saiba qual está provando), em salas climatizadas do resort Villa Rossa. Para participar, os produtoress tiveram que se inscrever.

O júri vai selecionar e conferir medalhas (ouro, gran ouro e prata) para no máximo 30% das amostras inscritas (50 vinhos e 78 destilados). Essa seleção será definida pela média das notas alcançadas pelas amostras.

No ano passado, seis rótulos levaram a medalha gran ouro:

• Anima Vitis 2005 – Vinícola Boscato (RS). Cabernet Sauvignon, Merlot, Ancellotta, Refosco e Alicante Bouschet

• Elegance Peterlongo – Espumante branco brut (método tradicional), da Vinícola Armando Peterlongo (RS)

• Reserva Cabernet Sauvignon Panceri 2005, da Vinícola Panceri (SC)

• Casa Venturini Tinto Tannat Reserva 2012 – Vinícola Venturini (SC)

• Casa Perini Espumante Brut Rose – Vinícola Perini (RS)

• Imortali (biodinâmico) – Vinícola Santa Augusta (SC). Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Merlot.

As degustações seguem um rigoroso padrão técnico, com preenchimento de fichas de avaliação padronizadas. Os jurados são proibidos de ingerir a bebida que provarem. Ela deve ser descartada em cuspideiras.

 

O júri é composto por especialistas, enófilos, enólogos e sommeliers. “Damos preferência a jornalistas especializados, que sempre ficam impressionados com a qualidade do vinho brasileiro e se tornam divulgadores do produto e do País no Exterior”, diz Zoraida Lobato, da Market Press Eventos, diretora do evento.

O objetivo é avaliar anualmente a produção brasileira de vinhos e promover o setor. “As chances de medalha são idênticas para um pequeno produtor artesanal familiar e para uma grande indústria”.

Há bebidas de todas as regiões produtoras: Serra e Campanha Gaúchas, da Serra do Sudeste gaúcho, de Pernambuco, do Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e São Paulo.

Cachaça

Boa parte da nova geração de produtores de cachaça está no concurso. Eles estão voltados para a produção de bebidas de alto padrão, com envelhecimento em barricas de carvalho e outras essências nobres. A ideia é criar uma identidade internacional para a cachaça, abrindo mercados para a tradicional bebida brasileira.

Salute!