20/01/12 14h22

São Paulo terá sorteio de evento-teste

O Estado de São Paulo

Definição dos jogos da Copa das Confederações vai ocorrer na capital paulista, em dezembro, apesar de a cidade não estar entre as sedes da competição

A cidade de São Paulo não vai receber jogos da Copa das Confederações no ano que vem. Mas vai abrigar, em dezembro próximo, provavelmente no dia 1º, o sorteio dos grupos do evento-teste para o Mundial de 2014. A confirmação, feita ontem pela Fifa, foi uma das poucas novidades da primeira reunião realizada no Brasil da diretoria do Comitê Organizador Local (COL) da Copa com o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke.

O encontro também trouxe uma certeza: enquanto a Lei Geral da Copa não for aprovada pelo Congresso, poucas definições podem ser tomadas com relação a ingressos, liberação de bebidas alcoólicas nos estádios e a responsabilidade do governo brasileiro quanto a falhas de segurança e desastres naturais.

A escolha de São Paulo para hospedar o sorteio da Copa das Confederações é uma forma de apaziguar ânimos, satisfazer as ambições paulistas e tentar conciliar interesses de várias sedes.

Fortaleza, por exemplo, quer receber o sorteio dos grupos da Copa do Mundo, pretensão que agrada à Fifa. Como São Paulo ficou de fora dos jogos da Copa das Confederações (o Itaquerão não ficaria pronto a tempo) e foi preterido como sede do centro de mídia (será no Rio), o sorteio relacionado ao evento-teste foi uma espécie de recompensa. E há o fato de a cidade ter a melhor infraestrutura do País.

Lei Geral. Valcke, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e Ronaldo Nazário, membro do COL, procuraram mostrar afinação no discurso e no otimismo quanto à aprovação da Lei até março, quando uma nova reunião vai ser realizada em Brasília. Mas mostrou-se irritado ao ser perguntado se estava otimista com o cumprimento do prazo. "Você deve perguntar sobre isso ao ministro Rebelo'', respondeu, secamente, ao repórter.

"Quase tudo depende da Lei Geral da Copa. Precisamos da aprovação", disse Ronaldo, em uma de suas poucas intervenções significativas na coletiva dada pelo trio.

Valcke parecia aborrecido em ter de responder aos jornalistas sobre os recorrentes temas e deixava a cargo de Rebelo esclarecer os pontos mais controversos. "A questão da bebida é assunto já resolvido. O governo já enviou a Lei. Agora é com o Congresso", disse Rebelo, também admitindo que vai ceder às exigências de que prejuízos decorrentes de problemas de segurança e desastres naturais fiquem a cargo do Brasil. "O governo vai assumir o compromisso de oferecer essas garantias à Fifa. Estamos dispostos a assegurar isso", esclareceu.

Satisfeito, Valcke frisou que não há impasse entre Fifa e o governo brasileiro: "Vou repetir em inglês, pois sempre tentam transformar o que digo em algo negativo. Não há tensão, não há atrito. Trabalhamos como um time, com um único objetivo, que é a Copa do Mundo".

A coletiva se deu sem a presença do presidente do COL, Ricardo Teixeira, que participou da reunião, mas deixou Ronaldo fazer seu papel de absorver a atenção da imprensa e aliviar a pressão sobre ele, às voltas com denúncias de corrupção. "O Ricardo tomou a decisão de deixar o Ronaldo representar o comitê", limitou-se a dizer Valcke sobre o silêncio público de Teixeira.

Jérôme Valcke volta em março ao País - reuniões com o COL serão feitas a cada dois meses a partir de agora.