São Paulo se torna 'nova fronteira' de investimentos
Valor EconômicoAs apostas no potencial de São Paulo também têm crescido entre as cooperativas do Paraná. A Castrolanda, sediada em Castro, já atua com grãos desde os anos 1980 no sul e no sudeste paulistas, mas há cerca de cinco anos passou a investir no Estado vizinho em seu mais tradicional ramo de atuação: a pecuária leiteira. "Houve iniciativas de produtores de leite ligados a nós que foram para lá, e nossa intenção é sempre ir aonde os nossos associados vão", afirma Frans Borg, presidente da Castrolanda.
Com aportes de R$ 40 milhões, a cooperativa ergueu três entrepostos nos municípios paulistas de Itaberá e Angatuba, reforçando a estratégia local de negociação de insumos e fornecimento de assistência técnica, além da comercialização de soja, milho, trigo e feijão. Mas a maior tacada da Castrolanda em São Paulo está em Itapetininga, onde foi construída uma unidade de processamento de leite a partir de investimentos de R$ 150 milhões, feitos em parceria com outras duas cooperativas paranaenses, Batavo e Capal.
A fábrica ainda não foi inaugurada oficialmente, mas já está em atividade desde outubro. "Atualmente, essa planta opera com 400 mil a 500 mil litros por dia de leite. Mas acredito que até agosto alcançará sua capacidade total, de 1 milhão de litros", projeta Borg.
Segundo ele, com a fábrica em pleno funcionamento, São Paulo poderá responder por cerca de 20% da receita da cooperativa (incluindo os negócios industriais e de produção), que no ano passado alcançou quase R$ 2 bilhões. "A cadeia de leite está relativamente sucateada em Itapetininga, e essa é uma região onde uma boa oxigenada em assistência técnica e pesquisa pode ser interessante", diz o presidente da Castrolanda.
Já a Cocamar migrou para São Paulo em meados de 2013, tendo como porta de entrada uma loja de comercialização de insumos na cidade de Presidente Prudente. Mas os planos são mais ambiciosos, inclusive em relação à possibilidade de trabalhos conjuntos com cooperativas locais.
"Estamos há dois ou três anos conversando com a Coopermota, de Cândido Mota, em busca de sinergias no mercado de insumos e no recebimento de grãos", conta José Fernandes Jardim Junior, presidente-executivo da Cocamar. Enquanto essa parceria não se concretiza, a cooperativa investiu em Iepê, neste início de 2015, aproximadamente R$ 1 milhão no aluguel de uma estrutura da extinta Cooperativa Agrícola Mista de Alvorada do Sul (Camas), voltada ao recebimento de grãos.