São Paulo recupera participação na produção nacional de veículos
Produção do Estado representou 45,3% do total nacional, aumento de 2,5 pontos percentuais com relação ao registrado em 2013
Investe São PauloMesmo enfrentando uma série de desafios na economia brasileira e um cenário complexo no comércio exterior, a indústria automotiva paulista fabricou 1.437.256 veículos em 2014, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O número representa 45,3% da produção nacional, indicando aumento de 2,5 pontos percentuais com relação à participação em 2013, o que torna o Estado de São Paulo o único entre os três principais estados produtores (SP, MG e PR) a aumentar sua participação consistentemente nos últimos três anos.
“Esses resultados provam que São Paulo continua sendo o principal celeiro do mercado automotivo brasileiro”, comenta Juan Quirós, presidente da Investe São Paulo, agência de promoção de investimentos do Governo do Estado de São Paulo, ligada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação.
Em 2014, o setor evoluiu em processos produtivos, tecnologia aplicada, inovação e desenvolvimento de produtos. Mas não parou por aí, segundo Quirós. “Multinacionais instalaram ou expandiram operações em São Paulo e novas unidades industriais foram inauguradas, o que possibilitou a retomada do percentual de participação na produção nacional que o Estado apresentava no final da década passada”, complementa.
A Agência assessorou 22 projetos do setor automotivo em São Paulo até hoje. Entre eles estão os principais empreendimentos industriais instalados no Estado nos últimos anos, tais como as unidades da Hyundai, em Piracicaba, e da Toyota, em Sorocaba. Só em 2014, cinco projetos desse segmento que receberam o apoio da Investe SP iniciaram suas operações, com destaque para a fábrica da Chery, em Jacareí, a ampliação da unidade de estamparia da Hyundai e o laboratório de motores da Toyota. Neste ano, por exemplo, a Mercedes-Benz já lançou a pedra fundamental de sua mais nova unidade industrial no Estado de São Paulo, com o apoio da Investe São Paulo. Localizada em Iracemápolis, a planta tem previsão de início de produção em janeiro de 2016.
Rede de fornecedores
A chegada dessas montadoras no interior de São Paulo, além de movimentar a economia local, tem atraído diversos fornecedores estrangeiros que complementam a cadeia produtiva do setor. Só na relação de empresas que chegaram ao Brasil atendidas pela Investe SP, constam onze atuando na fabricação de peças, motores e outros componentes da produção de veículos.
“A Investe SP dá suporte a toda cadeia da indústria automotiva, não importando o porte da empresa ou produto fabricado. A instalação de uma grande montadora muda o destino de uma cidade. Centenas de empregos diretos e indiretos são criados e parte importante deles é gerada pela rede de fornecedores que se instala na região”, observa Quirós.
Plataforma global
Nos últimos anos, as principais montadoras estão apostando em plataformas globais de produção, o que possibilita a criação de mais modelos que compartilham peças e componentes, com redução significativa de custos de desenvolvimento.
Nesse novo cenário e com a implementação do Inovar Auto, a indústria automotiva nacional tem evoluído a passos largos. O programa estabelece critérios como eficiência energética e aumento da segurança dos veículos produzidos para a redução do Imposto sobre Produtos industrializados (IPI), incentivando a inovação. Ao introduzir melhorias em seus processos produtivos e atrair novos fornecedores, o produto brasileiro está se tornando cada vez mais globalizado.
Sendo o principal destaque da produção automotiva nacional, o Estado de São Paulo tem atraído grandes investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D), a exemplo do Centro de Pesquisas em Engenharia da PSA Peugeot Citroën e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), anunciado no fim de 2014.
“Nas conceituadas universidades, parques tecnológicos, institutos de pesquisa e agências de fomento do Estado, as multinacionais do setor encontram todas as condições para desenvolverem produtos diferenciados e competitivos para o mercado global”, finaliza Quirós.