São Paulo preserva quase 10 mil hectares e investe de US$ 16,5 mi no Conexão Mata Atlântica
O projeto, com ações em 20 municípios, institui Pagamento por Serviços Ambientais e incentivou certificações e cadeias de valor sustentáveis
Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e LogísticaFincado no tripé proteção à biodiversidade e à água, produção sustentável e recuperação ambiental, o programa Conexão Mata Atlântica contribuiu, entre 2017 e 2023, com a preservação de 9,9 mil hectares de Mata Atlântica em São Paulo. Outros 677 hectares de mata nativa estão em processo de restauração. Ao todo, foram plantadas 136 mil mudas de árvores no período. Os dados foram divulgados hoje (19) no balanço do programa, na Secretaria do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil).
O trabalho envolve ainda treinamento de colaboradores. Somente em capacitações, foram 168 realizadas, que beneficiaram 2.987 inscritos. Estes resultados foram alcançados por meio de diversas ações que se dividem, por exemplo, em Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), transição agroecológica, certificações e incentivo à cadeias de valor sustentáveis.
Financiado pelo fundo Global Environment Facility – GEF, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Conexão Mata Atlântica foi executado pela Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), em parceria com a Semil e Fundação Florestal.
As ações ocorreram no Corredor Sudeste da Mata Atlântica Brasileira, na bacia do rio Paraíba do Sul – que se estende por Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo – e receberam investimentos de US$ 31,5 milhões, sendo US$ 16,56 milhões somente em São Paulo. Foram beneficiados 20 municípios do estado, nas regiões Vale Paraíba do Sul, Vale do Rio Ribeira do Iguape e Baixada Santista.
A secretária do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende, expressou sua gratidão às equipes da Fundação Florestal e da Semil envolvidas na Conexão Mata Atlântica. Ela destacou a ambição de expandir a atuação para nível nacional e internacional, reconhecendo o desafio de lidar com diversos atores e perspectivas. “Somos referência e queremos ser muito mais, queremos levar nosso trabalho em âmbito nacional e até internacional. É um desafio grande, porque são muitos atores e vários pontos de discussão, várias perspectivas que a gente precisa ouvir, dialogar e caminhar para o interesse público. Foram mais de 1,7 mil contratos firmados, mais de 950 produtores beneficiados, é muita coisa e pode ser mais, porque a gente quer dar escala para esse tipo de projeto que consegue unir a sociedade, todos os players”, comemorou.
PSA
Um dos principais instrumentos adotados foi o Pagamento por Serviços Ambientais – PSA, no qual produtores rurais recebem valores de acordo com os serviços ambientais prestados a partir da preservação e restauração da vegetação nativa, além de técnicas sustentáveis na área. Ao todo, foram 939 projetos selecionados, que somam 11.972 hectares prestando serviços ambientais.
Foram avaliados aspectos como mudança de uso do solo, por meio da promoção de melhorias dos sistemas de produção agropecuária mais sustentáveis; incentivo à adoção de práticas conservacionistas nas propriedades, tais como saneamento rural, compostagem, cercamento para condução da regeneração natural, bebedouros para o rebanho fora dos corpos d’água, entre outros.
Certificações
Houve capacitação para a Certificação de Produtos – CERT, ampliando o acesso a mercados com maior valor agregado por meio de certificações como Orgânico por Auditoria, Forest Stewardship Council (FSC) e Protocolo de Transição Agroecológica.
Todas as certificações garantem o uso de práticas sustentáveis, seja no cultivo, seja no manejo. No cômputo geral, foram 155 certificações em oito municípios, totalizando 4.360 hectares de área certificada.
Cadeias de Valor Sustentável
Já o instrumento Cadeias de Valor Sustentável – CVS, incentivou o cultivo e beneficiamento de produtos típicos da Mata Atlântica. Por exemplo: frutas nativas da Mata Atlântica, criação de abelhas, leite e hortaliças produzidas em sistemas agroflorestais (SAF), entre outras.
Ao todo, 202 propriedades foram beneficiadas, sendo 73 ligadas à frutas, 41 produtoras de leite, 30 especializadas em mel e mais 18 olerícolas (produtoras de leguminosas).
Por último, o Conexão Mata Atlântica investiu na melhoria da gestão em Unidades de Conservação (UC) como os núcleos Santa Virgínia e Itariru, do Parque Estadual da Serra do Mar; Estação Ecológica de Bananal e APA São Francisco Xavier. As UCs receberam novos veículos, equipamentos de informática, radiocomunicação e de monitoramento de fauna e flora, sistemas de vigilância e capacitação de funcionários, conselheiros e parceiros.