São Martinho anuncia projetos imobiliários no interior de SP
Estado de S. PauloO grupo São Martinho, um dos maiores grupos sucroalcooleiros do País, aprovou, na segunda-feira, 27, a criação de um consórcio imobiliário com a Alphaville Urbanismo S.A. para desenvolver projetos imobiliários no interior de São Paulo. Ao jornal O Estado de S. Paulo, Fábio Venturelli, presidente da companhia, afirmou que a companhia criou uma empresa, a Vale do Mogi Empreendimentos Imobiliários, para construção de condomínios nas regiões de Ribeirão Preto, Limeira e Piracicaba.
A São Martinho é dona de uma área de 52.636 hectares. Deste total, 2 mil hectares estão localizados em áreas urbanas, inaptas para o plantio de cana. "Nossas terras foram avaliadas em quase R$ 3 bilhões no ano passado", disse Venturelli. Os cerca de 50 mil restantes são ocupados com plantio de cana.
O primeiro empreendimento em parceria com a Alphaville Urbanismo será o projeto "Consórcio Alphaville Limeira" para a construção de um condomínio de casas, cujo VGV (Valor Geral de Vendas) é estimado em R$ 277 milhões. A área construída ocupará 124 hectares. "A São Martinho será o terrenista (fornecedor do terreno) e a Alphaville, que tem ampla experiência em empreendimentos, cuidará do projeto", disse o executivo. Esse empreendimento está previsto para ser lançado a partir de 2016.
Segundo Felipe Vicchiato, diretor financeiro e de relações com investidores da São Martinho, o grupo sucroalcooleiro decidiu monetizar suas áreas urbanas. A companhia pretende negociar os 1.900 hectares restantes nos próximos meses. Há projetos em andamento também para construção de condomínios industriais.
No ano passado, o grupo vendeu um terreno de cerca de 200 hectares, localizado na cidade de Iracemápolis (SP), para a montadora Mercedes-Benz construir sua fábrica. O valor do negócio foi de aproximadamente R$ 10 milhões, ou cerca de R$ 50 mil por hectare.
Safra
O grupo está entre os cinco maiores do País em moagem de cana-de-açúcar. Nesta safra, a 2014/15, a companhia, que possui quatro usinas, das quais uma em sociedade com a Petrobrás em Goiás, deverá moer 19,6 milhões de toneladas de cana. O faturamento do grupo na safra passada, a 2013/14, atingiu R$ 2 bilhões. Segundo Venturelli, a nova iniciativa não tem ligação com a crise pela qual o setor de açúcar e etanol tem passado nos últimos anos. Boa parte dos grupos do setor está altamente alavancada. Cerca de 40 usinas correm o risco de não voltar a moer cana a partir de 2015.