São Bernardo tem 15 novos MEIs a cada dia

O número de MEIs (microempreendedores individuais) em São Bernardo teve um crescimento vertiginoso nos últimos meses. Somente no primeiro semestre foram abertas 2.848 empresas, média de 15 por dia, um aumento de 25% em relação ao mesmo período do ano passado. O envolvimento de órgãos de capacitação, como o Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), e da Prefeitura, por meio da Sala do Empreendedor, é fator que facilitou transformação de atividades informais em empresas.

Desde 2017 houve abertura de 10.857 MEIs. “Nosso governo agilizou e desburocratizou procedimentos rotineiros de uma empresa. A medida nos permitiu ter uma nova relação com os empreendedores, como também abriu caminho para fomentar esse segmento com a realização de cursos de capacitação profissional”, enfatiza o prefeito Orlando Morando.

Alaelson Santana é um exemplo de quem há um ano formalizou o negócio de fabricação e delivery de pastéis. Morador no Jardim Hollywood, sempre trabalhou com o salgado, abriu uma pastelaria em 2007 sob o guarda-chuva de uma franquia, ampliou o negócio e deixou de ser franqueado. Com a crise econômica, Santana teve de vender o negócio. Depois de pensar em voltar para o mercado de trabalho como empregado, Santana resolveu voltar a fazer o que sabe de melhor, preparar pastel. “Fiquei seis meses com a ideia de como voltar para o mercado de trabalho, aí voltei para o negócio que eu conheço”, relembra.

Santana se refere à sua marca, a Pastel Brasil e Cia., como recomeço. Juntamente com a esposa Luana Camargo, vende de 25 a 30 pastéis por dia. “Falta um pouquinho só para consolidar o negócio, mais um pouco só a gente alcança o objetivo, é só trabalhar duro todo dia. Foi um recomeço, já fiz isso várias vezes”, disse o microempreendedor, que fez três cursos no Sebrae. “Esses cursos me ajudaram bastante, são um aprendizado para a vida toda”, comenta. Pastéis de 30 centímetros podem ser encomendados pelos telefones 94216-4673 e 2534-9324.

Outro que já começa a colher os frutos da disciplina e do trabalho no próprio negócio é Hugo Leonardo que, junto com a esposa Renata Gomes, mantém a Clic Magia, especializada em produtos personalizados e fotografia. De um quarto de 40 m², o negócio que era apenas complemento da renda se tornou o principal rendimento, tanto que Leonardo trocou o emprego de corretor de imóveis pelo negócio. “O mercado imobiliário ficou muito instável enquanto a empresa tinha demanda, aí fui procurar a Sala do Empreendedor, fiz cursos e me concentrei no negócio”, conta. Hoje a Clic Magia saiu do quarto e desde janeiro ocupa um imóvel comercial na rua Santiago, 572. no bairro Assunção.

Hugo Leonardo conta que desde que montou a sede da empresa passou a ser consultado por grandes clientes, como Scania, Hopi Hari, McDonalds, Carrefour e até a Prefeitura de São Bernardo. Depois de perceber a necessidade, a Clic Magia agora é também um estúdio fotográfico e Leonardo já pensa em locar parte do imóvel para dar cursos.

Maior dificuldade é controlar dinheiro

A dificuldade de quem quer empreender é cuidar das finanças do negócio, obter recursos e controlar os gastos. “Logo me acerto para começar a crescer e buscar financiamento público, como Banco do Povo e BNDES”, diz o dono da Pastel Brasil e Cia. “Os cursos do Sebrae me abriram os olhos para nunca misturar o dinheiro da empresa e o de casa, seguimos isso à risca e em três meses tivemos bom resultado”, afirma Leonardo, da Clic Magia, que atende pelo telefone 98014-3171.

Pode ser MEI, o profissional que fatura até R$ 81 mil por ano (ou R$ 6,7 mil por mês) tem, no máximo, um funcionário. O registro de MEI permite ao microempreendedor ter CNPJ, emitir notas fiscais, alugar máquinas de cartão e fazer empréstimos. Além disso, garante o acesso a direitos e benefícios previdenciários. Desde que pague a mensalidade em dia, o empreendedor tem direito a aposentaria por idade ou invalidez e benefícios como auxílio-doença e salário-maternidade para as mulheres.