29/03/18 15h27

Santos vai triplicar capacidade para grãos

Valor Econômico

O porto de Santos vai triplicar a capacidade de recepção ferroviária na região da Ponta da Praia, onde ficam sobretudo os terminais dedicados à movimentação agrícola, para 21 milhões de toneladas por ano. Isso deverá ocorrer em até três anos, quando um investimento na expansão física do terminal XXXIX, uma sociedade entre a Rumo e a Caramuru, ficará pronto.

Na terça-feira, as empresas assinaram a prorrogação antecipada do terminal, cuja primeira etapa vence em 2025. Também conhecido como terminal "39 externo", ele tinha direito contratual a mais 25 anos, com isso o prazo do arrendamento vai até 2050. Em troca da prorrogação antecipada, serão investidos R$ 230 milhões na ampliação da capacidade de movimentação e na modernização do empreendimento.

A ampliação integra um conjunto maior de iniciativas que, combinadas, irão triplicar a oferta de recepção ferroviária neste trecho do cais santista, disse o diretor de relações institucionais e regulação da Rumo, Guilherme Penin.

Outros dois terminais, um da ADM e outro de uma parceria entre a Cargill e a Louis Dreyfus, estão em fase mais adiantada de aportes para modernização e aumento da oferta na Ponta da Praia. Além disso, a ferrovia interna do porto, explorada pela Portofer, empresa controlada da Rumo, está sendo ampliada com mais linhas.

"Essa remodelação permite levar mais grãos e farelo para a Ponta da Praia e melhora a relação com a comunidade, já que o trem causa menos transtorno do que o caminhão", afirmou Penin.

A partir de agora o terminal tem um ano para entregar ao governo o projeto executivo da obra. A estimativa é que as intervenções estejam prontas em no máximo três anos. A oferta de movimentação do terminal quase dobrará de atuais 3 milhões para 5,7 milhões de toneladas por ano.

O terminal XXXIX movimenta grãos e farelos. Rumo e Caramuru detêm cada uma 50% do negócio, mas quem opera a instalação é a Caramuru. Os desembolsos serão feitos em três pilares: expedição, armazenagem e recepção.

Entre as principais obras estão investimentos em um equipamento para carregamento de navio no berço de atracação 37. Hoje esse berço é dedicado à movimentação de contêineres e passará a ser exclusivo do terminal XXXIX. Também haverá uma correia transportadora que ligará o armazém ao cais e terá capacidade para 2,5 mil toneladas por hora.

O potencial de recepção rodoferroviária do terminal aumentará de 1,5 mil para 2 mil toneladas por hora. Serão construídos três silos para grãos - hoje não existe nenhum - com oferta estática para 20 mil toneladas cada um, capazes de receber 2 mil toneladas por hora cada. Além disso, o armazém aumentará em 52 mil toneladas de capacidade estática, chegando a 192 mil toneladas.

O arrendatário se compromete ainda a investir R$ 97 milhões para atualizar ou substituir bens que integram o arrendamento, como modernização, manutenção e atualização ao longo do contrato.

Um item do aditivo é uma cláusula de investimento futuro, pela qual o terminal terá de aportar outros R$ 92 milhões em 2038 para levar o contrato até 2050. Se isso não for feito, o contrato se encerra em 2042.

O terminal pagará anualmente à Codesp, estatal que administra o porto, R$ 1,2 milhão a título da exploração pelo arrendamento fixo e R$ 0,46 por tonelada movimentada, valores próximos aos atuais.