14/11/07 15h21

Santos terá produção diária de 23 milhões de metros cúbicos

Gazeta Mercantil- 14/11/2007

O campo de Tupi, descoberto pela Petrobras abaixo da camada de sal na Bacia de Santos, terá condições de produzir aproximadamente 23 milhões de metros cúbicos diários de gás natural, o equivalente a 77% dos 30 milhões de metros cúbicos importados hoje da Bolívia. O cálculo, produzido por especialistas a pedido da Gazeta Mercantil, levou em consideração informação revelada com exclusividade para o jornal por um graduado executivo da estatal, que pediu para não ser identificado. De acordo com o executivo, a Petrobras já tem certeza de que aproximadamente 20% da produção do novo campo será de gás natural. Anunciado com toda pompa na semana passada pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o campo dispõe de reservas de cerca de 8 bilhões de barris de óleo equivalente (Boe, medida que inclui petróleo e gás). O novo campo, que ainda é tecnicamente considerado uma acumulação pela Petrobras, está incluído em um reservatório gigante que vai do litoral do Estado de Santa Catarina até o Espírito Santo. O megareservatório abrange as Bacias de Santos, Campos e Espírito Santo. A acumulação de Tupi, que deverá ser rebatizada com nome de peixe ou crustáceo, assim que for declarado um novo campo, começará a produzir a partir de 2011, segundo o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella. Isso se tornará possível por meio de uma plataforma piloto com capacidade para 100 mil barris/dia Boe. O grosso da produção comercial, no entanto, deverá começar por volta de 2013. O executivo da Petrobras, que pediu para não ser identificado, informou que a empresa já dispõe de condições tecnológicas para iniciar a produção abaixo da camada de sal. Apesar de adiantar o percentual de gás previsto para produzir, o consultor Jean Paul Prates, da Expetro Internacional, calcula que os 20% previstos devem chegar a cerca de 23 milhões de metros cúbicos/dia. Tal volume, de acordo com o executivo, não deverá representar, no entanto, a independência da importação da Bolívia.