09/02/15 14h24

Santos recebe maior porta-contêiner da história

Valor Econômico

A CMA CGM, o terceiro maior armador de contêineres do mundo, inaugurou nova fase da navegação internacional no Brasil ao trazer o navio "CMA CGM Tigris", o porta-contêiner de maior capacidade a escalar um porto brasileiro, na sexta-feira. A embarcação, com oferta para 10.622 Teus (contêiner padrão de 20 pés), fez escala inaugural ao atracar na Libra Terminais Santos, no porto de Santos (SP).

O navio integra serviço de navegação que conecta a Costa Leste da América do Sul à Ásia. Frequentará regularmente os portos nacionais. Outros três com a mesma dimensão serão empregados no tráfego e entrarão na rotação "ainda neste ano", disse ao Valor o diretor da CMA CGM para a Costa Leste da América do Sul, Laurent Calvino.

Até a chegada do "CMA CGM Tigris", a classe de navios de contêineres com a maior capacidade a escalar regularmente a costa nacional era a "Cap San", da Hamburg Süd, com oferta para 9.600 Teus. O "CMA CGM Tigris" faz parte de uma encomenda de 28 navios que a empresa francesa fez a estaleiros na Ásia para diversas rotas internacionais.

Segundo Calvino, os navios foram construídos especificamente para portos "rasos" como os da América do Sul. O "CMA CGM Tigris" tem 299,95 metros de comprimento, 48,2 metros de largura e o calado máximo alcança 14,5 metros. Tem 1.458 tomadas para contêineres refrigerados. Calvino não informou o investimento na nova frota, mas estimou que uma embarcação do tipo custe entre US$ 70 milhões e US$ 80 milhões.

Questionado se os escândalos de corrupção na Petrobras e o baixo crescimento brasileiro inibem o investimento da companhia no país, disse que preferia não falar "sobre a Petrobras". Mas afirmou que isso não impacta ou compromete o plano de longo prazo da empresa na região.

A movimentação de cargas da CMA CGM no Brasil aumentou 7% em 2014, para 400 mil Teus transportados. O índice ficou três vezes acima dos 2% de crescimento estimado para o transporte internacional via contêineres no país no período. "E neste ano devemos crescer entre 7% e 8%", disse Calvino. Entre as principais medidas que contribuíram para o bom desempenho da companhia estão a aposta em soluções customizadas para os clientes e um novo serviço com a Costa Oeste da África.