08/08/11 16h59

Santos quer para outubro parque tecnológico

Brasil Econômico

O parque tecnológico de Santos, estratégico para a exploração do pré-sal no litoral paulista, já tem foco de atuação definido e data para sair do papel. De acordo com coordenadores do diagnóstico de potencialidades das universidades e empresas locais, os recursos que entrarem na rede integrada de pesquisa que funcionará na cidade serão destinados a estudos nas áreas de porto, retroporto e logística; petróleo, gás natural e energias renováveis; desenvolvimento urbano; tecnologia da informação e comunicações.

A formalização e o início da operação do parque estão previstos pela prefeitura de Santos para outubro, no máximo. Até setembro, a prefeitura da cidade quer ter o CNPJ da nova instituição em mãos para indicar a diretoria e credenciar o parque junto ao Sistema Paulista de Parques Tecnológicos. "Feito isso, poderemos fazer a captação de novas empresas, o credenciamento de projetos e iniciar a captação de recursos para pesquisa", afirma Márcio Lara, secretário de desenvolvimento e assuntos estratégicos da prefeitura de Santos.

Hoje, afirma, o projeto está da Câmara de Vereadores para ajustes finais. Depois, será preciso registrá-lo em cartório e notificar o Ministério Público.

É a parte burocrática do processo.

Paralelamente, estão sendo elaborados os planos de ciência e tecnologia e de marketing e atração de empresas, que darão origem as diretrizes de ação do projeto nos próximos anos.

Lideranças empresariais da Baixada Santista foram acionadas para contribuir com informações sobre as demandas de tecnologia e inovação específicas de seus setores. Petrobras e Usiminas participam na iniciativa desde o início.

De acordo com o professor e doutor Eduardo Mario Dias, titular do Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétrica da Escola Politécnica da USP e coordenador do plano de ciência e tecnologia, tendo os questionários nas mãos, serão feitos seminários juntando os dois lados: "as universidades e as empresas, quem precisa e quem pode desenvolver tecnologia, para que sejam dados nomes aos bois: o grupo do professor 1, 2 e 3 ficarão responsáveis pelos projetos A,B e C", diz.

A fase de diagnóstico de ambos os estudos, ao menos em caráter preliminar, já foi concluída pelos grupos de trabalho encarregados da tarefa, os dois coordenados por professores da USP-o plano de marketing está com Ary Plonsky e Desirre Zouain, da Faculdade de Economia e Administração (FEA).

Desafio

Por ora, um dos grandes desafios para a implantação do parque, na avaliação de Dias, é a criação de um modelo de governança que garanta a efetividade da pesquisa científica produzida. Funcionam na região sete universidades privadas e os campus avançados de duas universidades públicas, instalados há pouco tempo.

Ao contrário de outras regiões do país onde a exploração de petróleo deu origem a parques tecnológicos, a Baixada Santista tem universidades com tradição em ensino, mas não em pesquisa. No site da ANP, por exemplo, a única instituição de Santos com cadastro para receber recursos que as companhias petrolíferas são obrigadas a destinar à atividade é a Universidade Católica de Santos (UniSantos), classificada como Instituto de Pesquisas Científicas (Ipeci). Também por isso, avalia o professor da USP, as grandes universidades estaduais paulistas foram convidadas a participar.