Santos já fornece eletricidade para abastecer rebocadores
Trata-se do primeiro porto público do País a ter um posto de energia elétrica próprio para essas embarcações
A TribunaO Porto de Santos já fornece energia elétrica própria para rebocadores. O primeiro posto foi inaugurado, ontem, na Curva do Armazém 23, na Margem Direita, ao lado do Terminal Marítimo de Passageiros Giusfredo Santini, administrado pelo Concais.
A energia elétrica é produzida e distribuída pela Usina Hidrelétrica de Itatinga, em Bertioga. O sistema custou R$ 100 mil e a previsão é de que mais três postos sejam instalados ao longo do canal de navegação até o final de 2025. O cais santista é o primeiro público do País a instalar a eletricidade para rebocadores.
O sistema foi implementado em parceria entre a Autoridade Portuária de Santos (APS) e o Sindicato Nacional das Empresas de Navegação de Apoio Portuário (Sindiporto Brasil). O investimento foi realizado em conjunto pelas cinco empresas de rebocadores que operam no cais santista. São elas, Wilson Sons, Sulnorte, Camorim Serviços Marítimos, Saam Towage e Svitzer.
O presidente do Sindiporto Brasil, Marcio de Paiva Castro, afirma que 21 rebocadores operam no Porto de Santos diariamente, fazendo uma média de quatro manobras cada. Para cada navio, são destacados de três a quatro embarcações de apoio. Esses rebocadores poderão utilizar a nova tecnologia quando estiverem ancorados, reduzindo o consumo de óleo diesel em 15%. “Até agora esses rebocadores usavam geradores movidos à óleo diesel para movimentação de bombas, iluminação, ar-condicionado e todos os serviços a bordo quando estão paradas”.
O equipamento possui três tomadas de 440 volts (V) para fornecimento de energia elétrica para três rebocadores simultaneamente. Castro diz que outros três postos de fornecimento de energia elétrica serão instalados ao longo de todo o canal de navegação do Porto de Santos. “A nossa expectativa, do Sindiporto e da APS, é que todos os outros postos estejam implantados até o final de 2025”.
O presidente da APS, Anderson Pomini, afirma que é a primeira de uma série de diversas ações que serão implementadas dentro do programa de descarbonização da APS.
Pomini destaca que, com a utilização de apenas um equipamento e três rebocadores conectados, “8,4 toneladas de dióxido de carbono deixarão de ser emitidas diariamente, além de 165 quilos de óxido de nitrogênio, 21 quilos de dióxido de enxofre e seis quilos de material particulado”.
Ele ressalta que as iniciativas visam reduzir as emissões de gases de efeito estufa em todo o sistema de tráfego aquaviário do complexo portuário. “É o início de um programa mais amplo, considerando que a movimentação média diária é de 65 navios atracados e mais de 100 navios aguardando na área de fundeio, 20 mil caminhões circulando todos os dias, catraias e lanchas”.
O gestor do Porto de Santos adianta ainda que a expectativa é que navios de cruzeiros também passem a consumir energia elétrica do sistema terrestre. Contudo, Pomini afirmou que o cronograma de ações do programa de descarboni-zação será anunciado nos próximos dias.
Segurança da navegação
O capitão dos Portos de São Paulo, capitão de mar e guerra Marcus André de Souza e Silva, diz que a nova tecnologia impulsiona a utilização de “equipamentos mais eficientes e que se tornam mais confiáveis no mar”.