Santos estréia novo conceito de porto seco
Valor Econômico - 21/11/2006
O setor de logística voltado para o comércio exterior receberá investimentos de cerca US$ 9,3 milhões de duas primeiras empresas autorizadas a constituir a nova figura denominada Centro Logístico e Industrial Aduaneiro (Clia), substituta do porto seco. A Mesquita investirá US$ 4,65 milhões e a Deicmar outros US$ 4,65 milhões, nos próximos três anos. Ambas assumiram a dianteira no licenciamento expedido pela Receita Federal para essa finalidade, pondo fim a uma seqüência de liminares e incertezas jurídicas para continuarem em operação. Até agora, os portos secos eram explorados pela iniciativa privada sob o regime de concessão. Uma medida provisória permitiu que a criação do Clia, que está apto a guardar e agregar valor à mercadoria, incluindo os benefícios fiscais. Como há redução de custos nessas operações, o país torna-se mais competitivo no comércio internacional. Com cerca de 80 anos no mercado, a empresa conta com quatro recintos alfandegados, dos quais dois são centros logísticos e industriais (Clias), nas duas margens do porto de Santos, duas instalações portuárias alfandegadas, um centro de distribuição em São Bernardo do Campo (SP) e uma frota de 100 veículos. Para se adequar às novas exigências, terá de investir em tecnologia, principalmente para atender exigências quanto à segurança, como aparelhos de raio X para inspeção de contêineres. Gerson Foratto, diretor da Deicmar, que detém o maior terminal de exportação de veículos no país, em Santos, disse que com o novo licenciamento a empresa vai agregar uma área de 55 mil m², contígua ao terminal, totalizando então 120 mil m². O próximo passo da Deicmar, que já conta com um centro de distribuição ao lado do aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), será a implantação de um novo Clia na região, com investimentos de US$ 9,3 milhões nos próximos três anos. O grupo possui uma área de um milhão de metros quadrados nas proximidades de Viracopos.