03/03/11 10h55

Santillana, dona da Moderna, acelera crescimento no Brasil

Valor Econômico

Principal unidade do grupo editorial espanhol, a Santillana Brasil fechou o ano passado com um faturamento de R$ 624 milhões (US$ 354,5 milhões) - o que significa antecipar em dois anos o desempenho previsto para 2012. O que coloca a Santillana Brasil à frente das demais subsidiárias do grupo no mundo é a forte atuação da sua editora de livros didáticos, a Moderna. Responsável por quase 60% da receita da Santillana, a Moderna é uma das líderes do mercado de livros escolares que movimenta cerca de R$ 2 bilhões (US$ 1,2 bilhão).

O bom resultado do balanço contábil da Santillana Brasil chega em um momento de otimismo para a editora controlada pelo grupo Prisa, que atravessou recentemente uma forte crise financeira. "Agora, estamos trabalhando sem amarras. Antes, tínhamos dificuldades para captar financiamentos", disse Sérgio Quadros, diretor-geral da Santillana Brasil há um ano. A operação brasileira hoje responde por quase 30% da receita total da editora espanhola, que somou € 900 milhões no ano passado.

Neste ano, a Santillana Brasil tem planos de investir cerca de R$ 25 milhões (US$ 14,7 milhões). Entre os seus projetos está a expansão do sistema de ensino Uno - mercado alvo de investidores e grupos editoriais. "Queremos expandir nossa operação para a América Latina. Hoje, temos cerca de 130 mil alunos usando nossos sistema e em cinco anos queremos aumentar esse número para 500 mil", disse Quadros.

A boa performance brasileira tem motivado o Prisa, dono do jornal "El País", a avaliar a abertura do capital da editora Santillana no Brasil e em Nova York. "O projeto de fazer um IPO está em estudo. A ideia é abrir o capital de toda a editora, não apenas da unidade brasileira. Queremos aproveitar essa boa onda de IPOs e a demanda crescente por educação no Brasil", disse o diretor-geral. Caso o projeto do IPO seja aprovado, a Santillana pretende voltar a fazer aquisições para encorpar sua operação. Desde que desembarcou no Brasil, em 2000, a empresa espanhola investiu R$ 170 milhões (US$ 100 milhões) em aquisições, entre elas, a Moderna. A última aquisição ocorreu em 2005, com a compra da editora Objetiva. "Neste momento, temos interesse em aquisições menores, algo nas áreas de literatura geral ou serviços digitais. Mas se optarmos pelo IPO, a ideia é fazer uma aquisição maior", disse o executivo do grupo, que possui um caixa de R$ 57 milhões (US$ 33,5 milhões).