29/09/10 13h38

Santillana cria selo para público juvenil

Valor Econômico – 29/09/10

A Santillana, grupo editorial espanhol que estuda abrir o capital no Brasil, acaba de entrar no rentável mercado de livros juvenis. A editora criou um novo selo, o ID, voltado especialmente para esse público que vem consumindo ferozmente livros que abordam o mundo dos vampiros e bruxos e, mais recentemente, temas relacionados à mitologia grega. No último ano, o segmento de livros juvenis foi o que mais cresceu no mercado editorial brasileiro. As vendas praticamente triplicaram no ano passado, com 26,8 milhões de exemplares comercializados contra 9,3 milhões em 2008, segundo pesquisa realizada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel).

A lista dos livros mais vendidos confirma esse crescimento. Somente na semana passada, foram vendidos mais de 10 mil livros voltados para os leitores a partir de 12 anos, segundo levantamento elaborado pela PublishNews, portal especializado no mercado editorial. Diante desse cenário promissor, a Santillana lançou seu novo selo com dez títulos e uma tiragem total de 200 mil exemplares. "Após uma detalhada pesquisa de mercado, constatamos que ainda havia poucas editoras focadas nesse público", disse Marcia Carvalho, diretora de literatura da Santillana. "Nossa expectativa é que no primeiro ano de atividades, o selo ID tenha um faturamento de R$ 6 milhões (US$ 3,4 milhões), o que representa 10% da receita dos nossos livros infanto-juvenis", complementou Marcia. O grupo espanhol também tem em seu portfólio as editoras Moderna, Salamandra e Objetiva.

A Santillana vai concorrer diretamente com a Record, que tem o selo Galera, e que já vendeu milhares de exemplares com a saga "Vampire Diaries", de L.J. Smith. A primeira editora a apostar nesse público foi a Rocco, com o selo Jovens Leitores, e percebeu o potencial desse mercado com o best-seller "Harry Potter". "Ainda há poucas editoras com selos específicos para o público juvenil, mas todas as casas editoriais têm títulos para esse público. Elas passaram a prestar a atenção depois do sucesso de Harry Potter e a saga dos vampiros", disse Carlo Carrenho, dono da PublishNews e ex-executivo da Ediouro.