10/12/09 15h54

Santher prevê atingir US$ 581,4 mi em 2010

Valor Econômico

Após enfrentar um ano duplamente desafiador - além da crise econômica, o incêndio que destruiu um importante depósito no fim de 2008 gerou dificuldades na entrega de produtos ao longo de 2009 -, a Santher preparou-se para imprimir forte ritmo de crescimento no próximo ano. Empresa que disputa a liderança entre os fabricantes de papel higiênico de folhas simples e tem lugar de destaque no segmento de folhas duplas, a dona da marca Personal calcula que sua receita líquida cresça pelo menos 25% em 2010, superando a casa dos R$ 900 milhões (US$ 523,3 milhões). Entre seus concorrentes aparecem multinacionais como a Kimberly-Clark e a CMPC.

A expansão, de acordo com o presidente da Santher, Antonio Werneck, está em linha com os planos traçados em agosto de 2007, quando o conselho aprovou a meta de duplicar o tamanho da empresa até 2012, por meio da execução de um plano orçado em R$ 310 milhões (US$ 180,2 milhões). Desse montante, R$ 160 milhões (US$ 93 milhões) foram reservados para o aumento da capacidade produtiva, que acaba de ser impulsionada com uma nova máquina de papel na fábrica de Bragança Paulista (SP).

Em novembro, conta Werneck, a empresa controlada pela família Haidar iniciou a operação de uma das mais modernas máquinas de papel da América do Sul, com capacidade entre 2,5 mil toneladas e 3 mil toneladas por mês e investimento total de R$ 50 milhões (US$ 29,1 milhões). "Apesar da crise, a decisão do conselho foi manter o ritmo de investimentos, para capturar o crescimento que viria depois", afirma. Os recursos que financiam o plano de expansão, de acordo com o executivo, são oriundos do próprio caixa da empresa, que não descarta a possibilidade de aquisições.

Além de permanecer atenta a oportunidades de aquisição, a companhia tem como estratégia para acelerar o ritmo de crescimento em 2010 a ampliação do número de itens sob as marcas Personal, Sym, Snob e Kiss. Em meados deste ano, por exemplo, a Santher lançou fraldas descartáveis com a marca Personal. Apesar da diversificação e da nova "arquitetura das marcas", nas palavras de Werneck, a linha de papéis higiênicos Personal deve se manter como carro-chefe. Segundo dados da AC Nielsen, referentes a julho/agosto, a marca Personal liderava o mercado de papel higiênico de folha simples, com fatia de 19,7%, e era vice-líder no segmento de folha dupla, com participação de 17,7%. No ano passado, segundo a Nielsen, o mercado brasileiro de papéis higiênicos movimentou 4,6 bilhões de rolos, com queda de 1,5% frente a 2007, e registrou vendas de R$ 2,4 bilhões (US$ 1,4 bilhão), uma alta de 9,9% na mesma comparação.