Santander transforma agência bancária dentro da USP em espaço para incentivar empreendedorismo
Folha de S. PauloO banco Santander transformou uma de suas agências localizadas dentro da USP em um espaço para uso de empreendedores.
Chamado Arena Santander, o espaço possui um palco circular e as cadeiras são posicionadas de modo que os visitantes se sentem ao redor dele. Há espaço para acomodar até 60 pessoas.
A programação do espaço, com palestras, treinamentos e workshops, será definida pela Agência USP de Inovação. Quando não houver evento agendado, ele estará disponível para uso de alunos.
A palestra inaugural foi feita por Romero Rodrigues, cofundador do Buscapé e sócio do fundo de capital de risco Redpoint eventures.
O banco conta com cerca de 240 agências dentro de faculdades, como a da USP. Ronaldo Rondinelli, diretor do Santander Universidades, conta que o plano é levar o modelo recém-inaugurado para a maior parte delas.
“O jovem não se identifica mais com o ambiente de agência de 50 anos atrás, com porta giratória e gerente sentado. Ele quer acessar o banco em seus aplicativos. Então o espaço foi transformado em algo mais convidativo”, diz.
Rondinelli diz que a transformação das agências será feita aos poucos: conforme elas precisarem de reformas, serão atualizadas, explica.
Segundo ele, o investimento do banco em iniciativas ligadas a empreendedores e universitários permite aproximar a instituição deles oferecendo produtos e serviços no início de suas carreiras. O objetivo é ajudá-los a crescer e seguir os atendendo quando alcançarem o sucesso.
Marco Antonio Zago, reitor da USP, disse que a abertura do espaço faz parte de esforço da USP para estabelecer diálogo com diferentes setores da sociedade, como trabalhadores, governos e empresas privadas.
“Temos de abandonar aquela ideia de formação passiva, que vem desde nosso primário, em que o aluno recebe as coisas em um currículo organizado que se repete ano após ano, com o objetivo de ir trabalhar em uma grande empresa ou um emprego público.”
Neste ano, o Santander também lançou o programa de aceleração de start-ups Radar, em parceria com a Endeavor (ONG que apoia o empreendedorismo de impacto).
A instituição vai selecionar cinco start-ups para apoiar durante seis meses neste ano. As escolhidas não precisam ceder participação acionária ao banco.
A busca de aproximação do Santander com o universo do empreendedorismo segue tendência do setor bancário.
O Bradesco mantém, desde 2014, o programa de inovação aberta a partir do apoio a start-ups InovaBRA; o Itaú inaugurou no em 2015 o Cubo, prédio que abriga escritórios de start-ups em São Paulo; a Caixa selecionou neste ano empresas para participar de programa de apoio de negócios com impacto social junto a aceleradora Artemisia.
“Ao estimular esse tipo de negócios, os benefícios são os mais variados. Um deles é acesso e facilidade de enxergar produtos e soluções sendo criadas no berço.”