17/04/12 13h10

Santa Helena investe R$ 30 mi em fábrica

Jornal A Cidade

Nova unidade produz snacks salgados, gerou 100 empregos e outros 250 devem ser criados dentro de dois anos

De olho no aumento da renda da classe C, a fabricante de produtos à base de amendoim Santa Helena inaugura oficialmente hoje uma segunda unidade industrial, em anexo à matriz, no bairro Parque Industrial Tanquinho, em Ribeirão Preto.

Verticalizada, com 26 metros de altura em área construída de 11 mil m2, a unidade processa exclusivamente snacks, como são chamados os confeitos salgados das linhas Mendorato, Crokíssimo, Grelhadito’s, Amindu’s e Troféu.

Com 70 anos completados neste 2012, a Santa Helena, empresa familiar presidida por Renato Fechino, investiu R$ 30 milhões na nova fábrica, que abriu 100 postos de trabalho e tem capacidade para produzir 4 mil toneladas. "Atualmente, fazemos 5 mil toneladas mensais entre as 15 linhas doces e salgadas", diz o presidente da empresa, sem contabilizar as 4 mil toneladas disponibilizadas pela nova unidade, financiada pelo BNDES. "Fora um e outro equipamento da indústria, quase tudo é feito no próprio país".

Segundo ele, outros 250 postos de trabalho serão abertos nos próximos dois anos por conta da expectativa de aumento de negócios. "Apenas os consumidores de estados da região Norte do país representam 20% de nossas vendas, e isso não para de crescer", diz Fechino, para quem a Santa Helena deve fechar 2012 com faturamento de R$ 290 milhões, 20% acima do faturado no ano passado.

No total, a empresa conta com 1046 colaboradores em Ribeirão Preto e 146 na unidade industrial de Dumont, que recebe e processa o amendoim. Fora o avanço da classe C, que é grande consumidora dos produtos da fábrica - cujo carro-chefe é o doce Paçoquita -, a Santa Helena aposta também na Copa do Mundo, em 2014, e nas Olimpíadas, em 2016, para alavancar as vendas.

A nova unidade industrial, por exemplo, já processa fardos de 50 pacotinhos apropriados para vendedores ambulantes trabalharem em estádios, junto a filas e até em congestionamentos.

Amendoim vem da região
O presidente da Santa Helena, Renato Fechino, admite ser logisticamente mais viável abrir uma fábrica nos estados das regiões Norte e Nordeste do país, onde ficam 25% dos consumidores de seus produtos. "Mas não faremos isso, porque o amendoim, que é nossa matéria-prima, está na região de Ribeirão Preto", diz.

O grão é plantado por 30 produtores-fornecedores instalados em um raio de 50 quilômetros de Ribeirão Preto. "Prestamos o apoio técnico necessário a eles, além de garantir a compra", comenta. Fechino admite, também, que a Santa Helena deverá ampliar as vendas para o mercado externo, que hoje representa menos de 5% das vendas.

"O câmbio desfavorecido inibiu o faturamento com exportações em 2011, mas já estamos aumentando essas vendas". A meta, diz, é chegar a 3% do faturamento previsto para este ano, ou seja, R$ 8,7 milhões.  O executivo reconhece que grupos estrangeiros e fundos internacionais o procuram com insistência para comprar a Santa Helena.

"Diariamente recebo e-mails com propostas", diz. Ele garante negar qualquer possibilidade de venda, mas não descarta uma proposta de parceria para futuras fábricas. "Por ora, no entanto, vamos seguir nosso trabalho".