Samsung renova sede e aposta no país

Instalada em 19 mil m² em São Paulo, a estrutura reforça nova aposta da companhia no mercado empresarial

Prestes a completar três décadas no Brasil, a Samsung acaba de dar mais um passo para reforçar seus laços com o mercado local. A empresa inaugurou nesta terça-feira oficialmente em São Paulo sua nova sede para a América Latina. Instalada em uma área de 19 mil metros quadrados no Morumbi Corporate — empreendimento entregue recentemente pela Multiplan —, a nova estrutura ocupa dez andares em uma das duas torres comerciais do local. A antiga sede da Samsung na capital paulista tinha uma área de 10 mil metros quadrados.

Desenhada para ser um centro das operações da Samsung na América Latina, a nova sede abriga mais de mil funcionários da empresa. No país, a coreana soma cerca de 12,5 mil colaboradores, distribuídos ainda em duas fábricas — localizadas em Campinas e Manaus — e dois centros de pesquisa e desenvolvimento. Na América Latina, são 17 mil funcionários.

“Estamos reforçando nosso compromisso com o Brasil. Nos últimos anos, nós registramos um crescimento de dois dígitos no país e na América Latina”, disse Steve Lee, presidente e executivo-chefe da Samsung para a América Latina, em rápido discurso durante a inauguração da sede. O investimento na nova estrutura não foi divulgado.

Mais que uma resposta natural ao desempenho obtido no mercado brasileiro e na região, o projeto reforça a estratégia global recente da Samsung em uma nova frente: as ofertas para o mercado empresarial. Um dos destaques na nova sede é o Executive Briefing Center. Distribuído em uma área de 575 metros quadrados, o ambiente reúne diversas soluções da companhia divididas em segmentos como varejo, hotelaria, educação e saúde. A ideia é usar o espaço para a demonstração dessas tecnologias para os clientes de cada setor. O portfólio inclui, entre outros recursos, tablets, smartphones, displays e quiosques interativos, impressoras e lousas digitais.

“Esse é o terceiro centro desse porte da empresa em todo o mundo”, afirmou Marcelo Zuccas, vice-presidente sênior da divisão de negócios corporativos da Samsung na América Latina. As duas outras unidades estão localizadas na China e nos Estados Unidos. Conhecida essencialmente por sua atuação junto aos consumidores finais, a Samsung passou a investir nas ofertas empresariais em 2013, mesmo ano em que uma divisão específica começou a ser estruturada no Brasil. Sob o impacto de fatores como a maior concorrência nos mercados desenvolvidos e na China, a desaceleração dos lucros obtidos pela companhia está por trás desse movimento. No quarto trimestre, por exemplo, o lucro líquido da Samsung cresceu 3,7%, contra o avanço de 25,6% registrado um ano antes.

Com o objetivo de alcançar uma receita de US$ 400 bilhões em 2020 — a empresa fechou 2013 com faturamento de cerca de US$ 217 bilhões —, a Samsung estipulou a meta de que a nova divisão responda por cerca de 20% desse montante ao fim desse período. “No Brasil, nosso foco serão 300 grandes contas que identificamos por meio de estudos de mercado relacionados aos investimentos em informática no país”, disse Zuccas. “Até então, nossa atuação era feita por meio de parceiros. Agora, vamos chegar nesses clientes por meio de nossa força de vendas”. O executivo não revelou números e expectativas de crescimento da divisão no país e na região.

A criação de um centro de desenvolvimento de recursos humanos é mais um componente da nova sede. Com 10 salas de treinamento dispostas em 330 metros quadrados, essa estrutura será usada para a capacitação de todos os funcionários da região. “A ideia é começar a desenvolver nossas lideranças com uma abordagem mais regional, e, ao mesmo tempo, alinhar essa visão à estratégia global”, afirmou Francisco Cuesta, vice-presidente de recursos humanos da Samsung para a América Latina. “A nova divisão de empresas é apenas um dos motes que iremos trabalhar junto à nossa equipe”. Para esse ano, o centro prevê 130 cursos voltados a mais de 2,7 mil profissionais da coreana na região.