18/01/08 11h03

Samello volta a produzir e tem plano de retomar as exportações

Gazeta Mercantil - 18/01/2008

A calçadista Samello, de Franca, interior de São Paulo, prepara sua volta à fabricação de sapatos masculinos. Depois de entrar com pedido de recuperação judicial em 2006, que levou a empresa a paralisar totalmente a produção no ano passado, a companhia deve religar as máquinas no próximo mês, quando retomará a fabricação de 500 pares diariamente. A volta da Samello à produção contou com investimentos de cerca de R$ 2 milhões (US$ 1,14 milhão), conseguidos por meio de vendas de propriedades rurais do Grupo Samello - que conta com rede de franquias da marca, fazendas e fábrica de borracha -, segundo o seu diretor Wilton Mello. O faturamento do Grupo foi de R$ 52 milhões (US$ 29,6 milhões) em 2007, alta de 7% em relação ao ano anterior. De acordo com o presidente da empresa, Miguel Mello, a meta é alcançar produção diária de 2 mil pares por dia até o final de 2008, ano em que a fabricante deve atingir faturamento de R$ 20 milhões (US$ 11,4 milhões). Durante 2007, apesar da interrupção da produção, o grupo não deixou de abastecer suas onze franquias da marca, que receberam mercadorias terceirizadas, fabricadas por empresas-parceiras. Segundo Miguel Mello, a idéia é retomar a fabricação e aumentar a produtividade, o que coloca a terceirização como alternativa para manter custos baixos. "Vamos reduzir custos buscando maior produtividade, no preço das matérias-primas e com uma estrutura mais enxuta". Com a retomada da produção, os produtos terceirizados devem representar 70% das vendas da Samello. A intenção dos proprietários é manter sempre uma parte da produção terceirizada, já que o método se mostrou eficiente no processo de redução de custos, que está em implementação na empresa. Se conquistada a meta de 2 mil pares ao dia, os terceirizados ainda representariam 50% das vendas. Além da terceirização com produtores nacionais, a compra de produtos chineses também está nos planos de redução de custos dos proprietários. Conforme Miguel Mello, a empresa já está conversando com fabricantes daquele país para abastecer o mercado brasileiro. Se tudo der certo, as importações devem começar em seis meses. Contudo, Wilton Mello observou que o sucesso dessa alternativa dependerá da aceitação do mercado.