Sam'a Club, o atacadista que vende à elite
Valor Econômico - 11/01/2007
Quando trouxe o Sam's Club, formato de loja conhecido nos Estados Unidos como clube de compras, o Wal-Mart calculou que poderia cobrar dos consumidores uma taxa de R$ 30 por ano para ser sócio da rede. Em 1995, os R$ 30 correspondiam a US$ 30. Doze anos se passaram e o valor da anuidade em reais continua exatamente o mesmo, mas vale a metade em moeda americana, cerca de US$ 14. Mas o Wal-Mart não desistiu do Sam's. A rede foi a primeira e continua sendo a única a atuar como clube de compras no país. Sempre que perguntam a Marcos Ambrosano, vice-presidente dessa divisão do Wal-Mart no país, se o Sam's deu certo no Brasil ele responde que onze das 19 lojas da rede foram abertas nos últimos três anos. O executivo ainda vê espaço para chegar a 50 unidades em cinco ou seis anos no país. Neste ano serão inauguradas três lojas do Sam's, uma no interior de São Paulo e duas em Pernambuco. Se o Sam's não tivesse vingado, o Wal-Mart não estaria acelerando a expansão no mercado brasileiro. O Wal-Mart não quis corromper o modelo de negócio nascido nos EUA mas, para tornar o negócio viável, direcionou a marca no Brasil para as classes A e B. O Sam's Club é hoje a "elite" do atacado. No segmento de importados, em especial, o Sam's vem se transformando em um grande distribuidor, ocupando um espaço que antes não era atendido de forma organizada no país. Devido à escala gigantesca de vendas do Wal-Mart no mundo, o grupo compra produtos a preços muito mais baixos do que um importador independente conseguiria no Brasil.