04/04/11 11h48

SABMiller, Heineken e Carlsberg estudam a compra da Schin

Valor Econômico

Os maiores grupos cervejeiros do mundo estão em conversas com a Schincariol numa tentativa de adquirir seu controle. O banco BTG Pactual vinha trabalhando para preparar uma oferta pública inicial de ações da Schincariol, fabricante de cervejas com sede em Itu, no interior de São Paulo. Mas, paralelamente, a companhia começou a ser abordada por grupos interessados no atrativo mercado brasileiro de bebidas. A sul-africana SABMiller, a holandesa Heineken e a dinamarquesa Carlsberg são alguns dos nomes que têm mantido conversas com os controladores da Schin, apurou o Valor.

O que está em jogo é uma fatia de cerca de 10% do emergente mercado de cervejas do país e o controle de uma das poucas empresas do setor com tamanho representativo e atuação independente, ou seja, não ligada a uma multinacional do ramo. Todo o processo, entretanto, é ainda preliminar. O resultado tanto pode ser a venda a um investidor estratégico quanto a abertura de capital. A companhia, aliás, vem procurando melhorar sua governança e formalizar seus processos como preparação para estrear na bolsa.

Adriano Schincariol e seu irmão, Alexandre, são os controladores da empresa, com cerca de 51% do seu capital. Seus primos detêm os demais 49%, porém, como não existe acordo de acionistas, esse ramo da família é minoritário na companhia e teria contratado o banco Morgan Stanley para tratar dos seus interesses separadamente. Um dos primos de Adriano e Alexandre, Gilberto Schincariol Junior, ocupa uma vice-presidência da empresa.

Nas contas de um grupo interessado na Schincariol, a companhia poderia valer entre R$ 5 bilhões (US$ 2,9 bilhões) e R$ 7 bilhões (US$ 4,1 bilhões). Mas os controladores da Schin têm sinalizado ambicionar um valor bem maior, algo superior a R$ 10 bilhões (US$ 5,9 bilhões). As contas são baseadas nos números da Ambev, que é negociada na bolsa a um múltiplo de 12 a 13 vezes o seu ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização). No ano passado, o ebitda da Schincariol ficou em R$ 434 milhões (US$ 246,6 milhões). O faturamento da cervejaria chegou a R$ 5,7 bilhões (US$ 3,24 bilhões), com alta de 12% sobre 2009. A receita líquida cresceu 9,5%, atingindo R$ 2,9 bilhões (US$ 1,65 bilhão). A dívida da empresa é pequena, inferior a uma vez o ebitda. A empresa é dona de 12 fábricas em 11 Estados.