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S&P também melhora nota do Brasil

Gazeta Mercantil - 17/05/2007

A agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) elevou ontem a nota atribuída à dívida soberana do Brasil em moeda estrangeira, de BB para BB+, deixando o País a um passo de ser considerado um destino de baixo risco de investimento. É o mesmo que fez outra agência na última sexta-feira, a Fitch Ratings. No entanto, a S&P foi além e manteve a perspectiva positiva, indicando que poderá voltar a subir a nota brasileira nos próximos meses. A agência também elevou a nota brasileira em moeda local em dois níveis, para triplo B. Nessa escala, o Brasil já é considerado de baixo risco. Entre as grandes agências internacionais de rating, a Moody's é a única que mantém o Brasil a dois degraus do chamado investment grade. Em comunicado, a S&P atribuiu a melhora das notas à redução das vulnerabilidades fiscal e externa do País, além do compromisso do atual governo com o câmbio flutuante e em atingir as metas de inflação. Na escala brasileira, a elevação de dois graus de uma só vez teve como uma das explicações a transformação no mercado doméstico de capitais. A instituição também apontou como fatores positivos a independência operacional do Banco Central, o declínio do déficit fiscal do governo e a redução da dívida atrelada ao câmbio e a juros pós-fixados. "Houve uma melhora geral dos fundamentos macroeconômicos", disse a este jornal Lisa Schineller, diretora da área de rating soberano da S&P. Nem tudo são elogios ao Brasil. O relatório aponta o índice elevado de dívida/PIB, a dificuldade para reduzir gastos correntes e as deficiências estruturais que limitam os investimentos como restrições a um rating melhor. De todo modo, a agência manteve a expectativa de que o Brasil continuará evoluindo em seus indicadores. Lisa evitou estabelecer prazos para uma nova ação de rating sobre a nota do País, mas adiantou que outro aumento da nota já em 2008 não está descartada. "O prazo médio dos países que passaram por essa fase é de 14 meses", disse. A reação do mercado à notícia foi imediata. O dólar comercial caiu 1,36%, a R$ 1,954 na venda. O principal índice da Bovespa teve valorização de 2,41%, atingindo nova máxima histórica. Para economistas, embora já fosse aguardada pelos investidores, a decisão da S&P consolida a percepção de melhora estrutural dos fundamentos da economia doméstica.