09/12/15 14h10

S.Caetano é 4º em ranking nacional

Diário do Grande ABC

São Caetano se destacou em novo ranking de desenvolvimento socioeconômico divulgado pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), que avalia condições de Educação, Saúde, emprego e renda. Passou a ocupar a quarta colocação nacional, entre 5.517 municípios avaliados, e ficou no terceiro lugar no Estado de São Paulo nesse levantamento, que toma como base dados de 2013. No País, só perdeu para Extrema, em Minas Gerais, São José do Rio Preto e Indaiatuba, ambas no interior de São Paulo.

Com nota 0,9006 (em escala que vai de zero a 1), a cidade da região se recuperou no IFDM (Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal), depois de ter perdido posições na edição anterior, referente a 2012, quando figurou em 19º no País. Segundo Jonathas Goulart, especialista na pesquisa, a melhora se deveu ao avanço de 8,6% do IFDM Emprego&Renda, por causa do crescimento da renda em 2013. Em 2012, o salário médio do trabalhador formal do município havia apresentado recuo real de 0,9%. No ano seguinte, no entanto, o salário médio avançou 4,5%, já descontando a inflação – no mesmo período, a renda média brasileira subiu só 2,9%.

Goulart acrescenta que o fato de a cidade ter um forte mercado de trabalho formalizado, com a presença de empresas de grande porte – como as sedes da General Motors e da Via Varejo (dona da Casas Bahia) – contribui para a 191ª posição nacional no ranking de emprego e renda. Porém, ele ressalta que o desempenho no indicador geral não seria tão bom se a cidade não se sobressaísse em Saúde e Educação. Por esse último critério, está em 50ª colocação no País, com variáveis bem acima da média brasileira: por exemplo, percentual de crianças de até 5 anos que frequentam creches e pré-escolas (78,8%, frente a 44,7% do Brasil como um todo). Em Saúde, o município ficou em 34º – também com resultados acima da média nacional (é o caso do percentual de sete ou mais consultas pré-natal por nascidos vivos, de 87,1%, frente a 61,8% no País).

TRADIÇÃO - A cidade tem se destacado no IFDM – foi a primeira colocada nacional na primeira e na segunda edições, em 2005 e 2006, e só não figurou entre os dez primeiros lugares em 2008 e 2012. Além disso, também vem ocupando a liderança do IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) do Brasil, que mensura a qualidade de vida, e é realizado pela PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) em parceira com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Para o professor Leandro Prearo, coordenador do Inpes/USCS (Instituto de Pesquisa da Universidade Municipal de São Caetano), a própria divulgação desses indicadores tem ajudado a elevar as variáveis de emprego e renda, por atrair famílias de alto poder aquisitivo para morar na cidade. “E essas famílias ajudam a desafogar o sistema público de Saúde, já que têm acesso ao sistema médico privado”, diz.

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Relações do Trabalho, Francisco Soeltl, assinala que o nível de formação do munícipe é acima da média, o que atrai empresas em busca de mão de obra qualificada e que oferecem bons salários. Ele cita a chegada da contact center italiana Abramo. “Vai empregar 800 pessoas com fluência em inglês até o fim de 2016, com salário que é o dobro da média do mercado”, cita. Para Prearo, a crise deste ano, que impactou a indústria automotiva, pode afetar o IFDM da cidade. Soeltl, porém, se mantém otimista: ele espera que a atração de companhias de alta tecnologia como a Abramo ajudem a compensar os efeitos da puxada de freio na produção de carros.