20/02/10 10h42

Romi traça plano para compra da Hardinge

O Estado de S. Paulo

A Romi, uma das maiores fabricantes nacionais de máquinas e equipamentos, poderá levar sua oferta de compra da Hardinge diretamente aos acionistas da empresa norte-americana, após o conselho da companhia-alvo ter negado a proposta feita pela empresa brasileira. Em comunicado divulgado ontem, o presidente da Romi, Livaldo Aguiar dos Santos, disse estar "desapontado" porque o conselho da Hardinge se recusa a discutir de "maneira significativa a oferta em dinheiro", embora a resposta dos acionistas seja positiva.

No começo de fevereiro, a Romi apresentou uma proposta de compra de toda a Hardinge, também dedicada ao desenvolvimento, fabricação, venda e prestação de serviços ligados a máquinas e equipamentos. A oferta foi de US$ 92 milhões para uma empresa que valia quase US$ 460 milhões em meados de 2007, antes de ser afetada pela crise.

No comunicado, a Romi disse ter considerado fraco o balanço divulgado na quinta-feira pela Hardinge. "É difícil entender como a Hardinge tem condições de entregar valor equivalente ou superior para seus acionistas como um negócio isolado no curto e médio prazos", diz a nota da empresa brasileira. A Hardinge teve prejuízo líquido de US$ 33,3 milhões no ano passado, ante perda de US$ 34,3 milhões em 2008. A empresa dos EUA recusou a oferta da Romi, qualificando-a de oportunista e inadequada. A Hardinge também criou um mecanismo para se defender de ofertas hostis de aquisição.

Ao adquirir a Hardinge, a Romi praticamente dobraria o volume de vendas, teria fábricas em diferentes continentes, incrementaria o portfólio de produtos e ganharia um canal de distribuição importante na Ásia e nos Estados Unidos.