12/11/07 11h22

Romi mira o mercado automotivo

Valor Econômico - 12/11/07

A Indústrias Romi, tradicional fabricante brasileira de máquinas-ferramenta e injetoras de plástico, pretende aproveitar o gargalo presente nas grandes fundições do país para aumentar sua presença também nesta área, que é voltada principalmente às montadoras de automóveis. Para isso, a empresa tem já aprovados investimentos de R$ 230 milhões (US$ 130,1 milhões) na ampliação de sua capacidade de peças usinadas, de 25 mil toneladas por ano, para 40 mil toneladas e na duplicação da produção de componentes fundidos, hoje em 40 mil toneladas por ano. Em sua primeira entrevista desde que assumiu a presidência executiva da Romi, em agosto, Livaldo Aguiar dos Santos, revela que as aquisições comunicadas quando a companhia migrou para o Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), em março deste ano, serão focadas na área de fundição e usinagem. Na época, a ida ao segmento mais exigente da Bolsa em relação à governança corporativa foi feita por meio de emissão primária e secundária, o que trouxe ao caixa da empresa cerca de R$ 230 milhões (US$ 130,1 milhões). "O nosso foco nas aquisições será de empresas com receitas entre R$ 70 milhões (US$ 39,6 milhões) e R$ 300 milhões (US$ 169,7 milhões) que atuem na área de fundidos e usinados", afirma Aguiar. A previsão, segundo o executivo, é de fechar ao menos três aquisições nos próximos seis meses. Estão sob análise sete empresas com operações neste segmento e outras cinco na área de máquinas e equipamentos. A indústria automotiva no Brasil é 50% suprida por Tupy e Teksid, com 31% e 19% de participação, respectivamente. Os dados constam no último levantamento da Associação Brasileira de Fundição (Abifa). WEG tem 7%, Thyssen, 6%, Schulz, 5%, Fund Luk, 4% e Romi e Tecumseh, cada uma com 3%. Os outros 22% são pulverizados em fundições de menor capacidade. Dentre as peças fornecidas às montadoras estão carcaça de câmbio, coletores de escape e tambores de freio. De janeiro a setembro, a área de fundidos e usinagem representou 18,5% da receita líquida da Romi, ante 16,3% em igual período de 2006. No mesmo período, o crescimento de receita verificado foi de 27%. Os mercados mais relevantes dentro deste setor são o automotivo médio e pesado (42%), seguido pelo automotivo leve (18%) e geração de energia (16%).